12 de dezembro de 2009

Férias


Desligar da realidade cotidiana do trabalho, postergar compromissos cuja importância não requer urgência, descansar o corpo (nem sempre) e a mente para recarregar as baterias biológicas que nos fazem seguir adiante, são as razões que me levam a tirar férias. Gozar os dias sem ver o passar das horas que escravizam e aceleram o tempo. Guardar o relógio. Fazer coisas sem importância para descobrir o quanto são fundamentais para resgatar a minha dimensão humana. Reverter à lógica das ações e dos comportamentos enraizados. Conceder-me certas indulgências. Colocar o bom-humor como o principal valor. Desfrutar da cozinha. Dormir e sonhar bastante. Tomar banho de sol, de mar e de bar. Acumular boas lembranças. Encontrar os amigos e, se possível, fazer novos, daqueles que a gente considera como se fossem de infância. Estar com pessoas que amo. Dar trégua ao coração. Esquecer os problemas. E ao final, voltar com saudade, a saúde melhor e com novos projetos para o ano novo, pois a cabeça nunca para de pensar. Espero que essas sejam minhas férias até 31 de dezembro. Feliz natal à todos e um grandioso 20!0.

7 de dezembro de 2009

Malas da Memória

As pequenas cidades do interior do Brasil, principalmente aquelas desprovidas de atrativos naturais extraordinários (e preservados) ou de um passado de histórias e feitos, não encontram caminhos alternativos para se desenvolverem e estagnam, ou diminuem de tamanho com o passar dos anos. Vivem de suas memórias muito mais que de uma visão de futuro. Na inexistência de um patrimônio tangível, visível, que justifique ser lembrada, visitada e revistada o que resta são as memórias afetivas de seus cidadãos que migraram em busca de uma vida melhor. Como os muçulmanos que peregrinam à Meca, eles mantém vivo o sonho de voltar a sua cidade para viver, reviver, lembrar e ser lembrado. Este vai-e-vem anual, celebrado em geral na semana de aniversário da cidade, recompõe o tecido social e renova os laços afetivos entre seus habitantes.
Fenômeno pouco entendido e explorado na medida em que não canaliza esta energia positiva em ações, benefícios e investimentos mais permanentes para a cidade.
Muitos destes cidadãos emigrados, que constituíram famílias e empresas em seus novos destinos, sentem-se em dívida com seu passado e por isso sempre voltam. Constituem-se em um público com disposição de compra, que conhece os mesmos códigos, falam a mesma linguagem, possuem um passado comum.

Na nova economia o que detona o impulso de compra das pessoas é a necessidade de atender um desejo ou necessidade ligada a uma experiência vivida e de dar sentido a esta ação. Apenas desfrutar o momento já não basta. É necessário se apropriar de algo que o represente e dê continuidade. Um produto vale hoje pela quantidade de inteligência (ou experiência) que traz consigo, seja por ter uma história própria ou ser testemunha de alguma outra historia real ocorrida. Momentos intensamente vividos, com possibilidade de serem inesquecíveis, exigem uma prova material daquele instante, uma imagem ou um objeto. Da fusão destas aspirações e desejos, muitas vezes implícitos, surge a proposta de criação do projeto ”Malas da Memória”. Mais que uma metáfora das viagens, estas malas serão ao mesmo tempo utilitárias e decorativas, práticas e simbólicas, cheias de promessas de lembranças e recordações, iniciadas com pequenos objetos do dia-a-dia da cidade: Postais precocemente amarelados pelo tempo que representam; um copo para celebrar; uma flor para perfumar; uma santa para devotar e um espelho para lembrar que o tempo passa.

Estas malas podem ser caixas, bolsas, objetos quadrados, retangulares, de papel, de couro, de metal, grandes, médias, pequenas. Trazem colados em sua parte externa, o selo de sua cidade de origem, ou daquelas que com ela participam de seu conteúdo. Numa alusão as tradicionais cestas de Natal, poderão ser oferecidas no aniversário do município ou em grandes eventos, entre amigos, entre famílias, como brinde corporativo. Padronizadas para atender grandes demandas, se transformam no produto preferencial das “Fábricas sociais de Artesanato”. Individualmente customizadas assumem a função de depositárias do inventario afetivo de cada um. As malas poderão ainda se transformar no altar do exílio; em um oratório de devoção; em um quadro de lembranças e feitos ou em uma caixa de pandora. A cada um caberá escolher seu destino.

O projeto “Malas da Memória” se inicia por um processo de divulgação, mobilização, adesão e compromisso. Utilizando as novas mídias e o comercio eletrônico a produção é condicionada à demanda. Os compradores podem definir o conteúdo de sua mala, inserindo ou eliminando itens, definindo cores, texturas e acabamentos. Processo gerador de trabalho e renda para os artesãos locais, as “Malas da Memória” reforçam ainda o sentimento de auto-estima e criam um vinculo afetivo entre as pessoas nascidas em um mesmo lugar. As “Malas da Memória do Brasil” é mais que um conceito. É uma proposta de direito compartilhado por todos aqueles que compreenderem e assimilarem suas regras e condições, baseadas na sensibilidade; no respeito à cultura; no compromisso social; na valorização dos saber e do fazer local e na integração com o meio ambiente.

2 de dezembro de 2009

2010

Matriz Iconográfica




O quadro acima serve como referência para orientação no processo de tabulação e síntese dos resultados das pesquisas identitárias e iconograficas desenvolvidas por meio da "escuta sensível" entendida como uma metodologia de pesquisa, apoiada por ferramentas especificas de mediação, que tem por objetivo conhecer os elementos diferenciadores do ponto de vista cultural a partir das memórias afetivas dos entrevistados.

Para ampliar clique na imagem

18 de novembro de 2009

Curso de introdução ao design territorial e urbano


Ministrarei, com o apoio dos professores Luis Sarale e Monica Pujol O "Curso e oficina de introdução ao design territorial e urbano", na Cidade de Mendoza, República Argentina, no período de 30 de novembro a 05 de dezembro de 2009. O curso esta sendo organizado pela Faculdade de Design da Universidade Nacional de Cuyo, no âmbito do Mestrado em Gestão do design para o desenvolvimento regional.
Com duração de 40 horas o curso também aceitará alunos avulsos para esta disciplina. Interessados entrar em contato com a secretaria de pós graduação: posgrado@fad.uncu.edu.ar

14 de novembro de 2009

Entrevista com o Ministro Lino Barañao do Ministério da Ciência e Tecnologia da Republica Argentina


Durante los días 04, 05, 06 y 07 de noviembre de 2009 estuve en Buenos Aires en contacto con decenas de especialistas y representantes de Instituciones Gubernamentales; Institutos y Centros de investigación; Gobierno de la Ciudad de Buenos Aires; Asociaciones Patronales y Profesionales; y representantes de diversas Instituciones Académicas de distintas regiones de Argentina.
Esta diversidad de interlocutores representan los principales “actores” del Diseño Argentino. Las conversaciones - formales y informales – llevadas a cabo en esos 4 días me permitieron construir y avanzar en algunas ideas y propuestas presentadas al Ministro Lino Barañao del MINCYT, resumidas abajo.

La recuperación de la capacidad competitiva de la Industria Argentina es un reto impostergable. Para ello se necesita de la innovación y del diseño como herramientas estratégicas cuya incorporación se debe dar lo antes posible ya que las respuestas no se logran de la noche a la mañana. Sólo algunos sectores más dinámicos, tales como vestimenta, entretenimiento y embalaje, ya poseen un nivel de convicción de la importancia del diseño para la diferenciación cualitativa de su producción.
En el escenario general en las PYMES será necesario un trabajo de sensibilización, de capacitación y de transferencia de “know-how”. Además en las PYMES -generalmente descapitalizadas- será necesario contar con inversiones de recursos a fondo perdido - o rescatable a largo plazo - para garantizar su desarrollo, principal objetivo de las acciones. En el lado de la oferta, a pesar de los muchos años de existencia de un sistema formal de enseñanza de diseño, es posible contar apenas con pocas decenas de empresas de diseño con experiencia senior, que cuenten con la madurez y capacidad creativa necesaria, demostrada por un buen porfolio de proyectos de éxito. Es por estas dos condiciones que creemos oportuno y deseable la instalación de un conjunto de proyectos y acciones a corto, mediano y largo plazo que en su totalidad configuren como una respuesta a los deseos y necesidades explícitas en los documentos que recibimos y que consolidados se transformen en un Programa de acciones estratégicas para el incremento competitivo de la Industria Argentina. Este Programa podría estar inscrito en el ámbito -o actuando conjuntamente con- en el Plan Nacional de Diseño. La idea es unir esfuerzos y no sobreponer acciones por deseos de protagonismos. La expertice gerencial y los vínculos de cooperación e intercambio nacional e internacional logrados por el Centro Metropolitano de Diseño (CMD) de la Ciudad de Buenos Aires en los últimos años lo cualifican como organismos gestor de la ejecución de algunas acciones piloto propuestas, aún afuera de las fronteras físicas de la ciudad de Buenos Aires (quizás desde un lugar de asesoramiento técnico). Además es oportuno considerar que en los proyectos estratégicos que se proyectan a futuro necesitan de personas comprometidas con sus propósitos, independiente de sus vínculos institucionales, garantizando aún el mantenimiento y continuidad de los proyectos mas allá del calendario político.
Una experiencias de aproximación selectiva entre la oferta y demanda de innovación y diseño con efecto demostrativo puede resultar muy interesante. El desafío es aportar el diseño integral (imagen, producto, embalaje, punto de venta, servicios) en algunas decenas de empresas Argentinas sensibles a la innovación y con buena capacidad productiva, a través del servicio especializado de empresas de diseño tutoreadas por empresas senior. Eso porque és indispensable demostrar a través de casos reales el efecto de la innovación y del diseño en las empresas Argentinas. La selección de las empresas se logrará con la utilización de herramientas e diagnóstico y evaluación que utilize los criterios:
•Capacidad de innovación,
•Capacidad productiva
•Capacidad gerencial,
•Histórico comercial
•Responsabilidad social,
•Vínculos culturales,
•Responsabilidad ambiental,
•Visión de futuro.

13 de novembro de 2009

Eternizando momentos - A banalização da imagem e a valorização do artesanato


Para mim, e creio que também para muitas pessoas, o indicador de felicidade é a velocidade do tempo. Quando estamos vivendo de um momento memorável nosso desejo é desacelerar o tempo, e se fosse possível pará-lo. Diante dessa impossibilidade temos de guardar algo que eternize aquele instante. Pode ser uma imagem ou um objeto. Durante a maior parte da historia da civilização os homens tentaram preservar e glorificar seus feitos através da posse física do patrimônio conquistado ou através da documentação visual cujo primeiro registro foi o contorno de mãos pintadas nas paredes de uma caverna na pré-história. A fotografia socializou esse desejo, inicialmente com altos custos e dificuldades e depois gratuita e absolutamente banalizada pela tecnologia digital. A evolução das possibilidades de registro da imagem foi exponencial durante os últimos 50 anos. Quando eu era criança somente existiam filmes em rolo, preto e branco. Minha primeira máquina fotográfica foi uma Bieka. Uma caixa quadrada com alça, uma lente e um obturador. Nada mais. Aos vinte anos, conhecendo a Europa, gastei 20 rolos de slides, resultando em um absurdo de 700 fotos que levava horas assistindo em um projetor de carrossel. Depois vieram as câmeras super 8. Documentei as brincadeiras de minhas filhas neste suporte precário da película de acetato que foram dissolvidas pelo tempo. Durante anos a imagem era uma raridade e a fotografia um luxo de resultados sempre imprevistos. Entre o disparar do obturador e ver as imagens reveladas transcorriam dias. Hoje qualquer telefone celular de segunda geração oferece como acessório grátis, uma potente filmadora e maquina fotográfica. As máquinas digitais banalizaram as imagens e estas já não nos satisfazem mais. Quando voltamos de uma experiência inesquecível queremos trazer uma prova física da nossa presença naquele lugar e naquele momento. Pode ser um cinzeiro (cada vez mais raros) que volta distraído na bolsa, o cardápio, ou qualquer outro souvenir que sirva de lembrança. Alguns restaurantes, sintonizados com as tendências ditadas pela economia da experiência, já perceberam que presentear o cliente com o prato em que comeu a especialidade da casa ou o copo que bebeu o coquetel especial, surpreende, encanta, agrega valor, fideliza. Esta tendência aponta para o fato que os turistas, conscientes de seu poder de escolha, buscam cada vez mais a oferta qualificada tanto em produtos como em serviços que irão encontrar nos seus destinos turísticos. Produtos de uso pessoal, objetos de decoração ou de culto, pequenas lembranças que façam uma referência às suas origens e se relacionam com os lugares onde foram concebidas e produzidas, ocupam um lugar cada vez maior na mala dos turistas. Exportação simplificada, customizada, de alto valor social. Oportunidade que deve ser explorada, principalmente a partir de agora, quando o mundo estará com os olhos voltados para o Brasil da Copa do mundo de futebol e das Olimpíadas.

11 de novembro de 2009

My Buenos Aires querido


Perdi a conta de quantas vezes estive em Buenos Aires. Porém desta vez ela me surpreendeu. Mais calma, mais pragmática, mais sensível, mais calorosa. Dezenas de peças teatrais sendo realizadas simultaneamente; festivais de música; eventos culturais e a multiplicação de lugares para os amantes da boa mesa. Uma cidade que reserva muitas surpresas para quem caminha por suas ruas, distraído. De repente um edifício espantosamente singular aparece por entre as arvores. Os novos hotéis de design nos fazem se sentir como se estivéssemos na casa de amigos. Puerto Madero virou outra cidade, oriental, segura e cara. Em oposição estão as “villas” que se multiplicam identificadas pela voz digital do GPS: “Atención, usted se acerca de una zona peligrosa” Só rindo. Imaginem isso no Brasil.

30 de outubro de 2009

Vender somente aquilo que se pode entregar

Os produtores de bens simbólicos de alto valor agregado, principalmente de artesanato, vivem hoje um dilema: ou mudam ou desaparecem. Para sobreviver dignamente em um mercado cada vez mais seletivo o primeiro passo é sair da informalidade. Porém isso significa ter obrigações sociais, pagar impostos, mas também acesso ao mercado. Desejo e fim de todos que produzem algo de valor.
O mercado nacional, até pouco tempo restrito e fechado vivendo em uma redoma artificial impostas por políticas protecionistas, abriu suas fronteiras. Descobriu outras culturas e começou a enxergar o valor da sua própria. As comemorações dos 500 anos do descobrimento serviram para os brasileiros resgatarem sua auto-estima e divulgar a marca Brasil mundo afora. Esta visibilidade crescente tende a aumentar exponencialmente nos próximos cinco anos por conta da Copa do mundo e das Olimpíadas. Os produtos “Made in Brazil” passarão a serem ainda mais desejados.
Ao mesmo tempo o mercado de consumo mundial vive um momento novo, comportando todo tipo de produtos, cujo fenômeno foi explicado brilhantemente por Chris Anderson em seu livro “A Cauda Longa”. Diante do crescimento exponencial da oferta começa a haver uma polarização nos mercados mais seletivos. De um lado os produtos e marcas globais, conhecidas, consagradas, cosmopolitas e confiáveis. De outro lado os produtos singulares, diferenciados, surpreendentes, vinculados a sua região de origem, com uma história para contar.
O consumo mundial esta pendendo entre produtos globais x produtos culturais. Nestes dois extremos ainda existe muito espaço de crescimento e quem tiver bons produtos seguramente encontrará muita demanda, que se devidamente prospectada poderá ser contadas aos milhares, ou milhões, de unidades por encomenda.
Aquilo que entanto parece ser a solução de todos os problemas, que é ter propostas de compra diante de si, na verdade é apenas uma ponta de todo o ciclo produtivo. Vender é a meta final de quem produz. Porém é preciso vender aquilo que se tem para oferecer.
Como na música de Jorge Drexler cada um só pode dar aquilo que tem ou recebe. Nada é mais simples. Não existe outra norma.
Neste novo cenário global podemos falar da importância das “fábricas de artesanato” por mais paradoxal que isso possa aparecer. Unidades produtivas que utilizam alta intensidade de mão-de-obra, qualificada e diferenciada. Com crescente capacidade produtiva na medida em que investem na formação de novos colaboradores e na substituição de tecnologias obsoletas, porém sem perder as características singulares que o diferenciam seus produtos da concorrência. São unidades capazes não somente de produzir bens culturais mas também são capazes de fazê-los chegar inteiros ao seu destino.
O conhecido “ciclo da inovação e do design” descrito no termo de referência sobre o artesanato brasileiro, aponta oito passos necessários para se chegar ao mercado. Este ciclo deve ser completo, sem pular etapas, para não repetir erros passados e cair em velhas armadilhas. São ações que resultam em um ciclo virtuoso que se vale de competências diferenciadas em todos os níveis.
Estes oito passos (pressupunha-se depois de quase dez anos de investimentos no setor) já deveriam ter sido seguidos por centenas de unidades artesanais do Brasil cujo reconhecimento tem sido concedido bianualmente na forma de um premio as cem melhores.
Porém um olhar detalhado sobre os vencedores permite identificar ainda carências não satisfeitas e problemas não resolvidos. Problemas que vão desde a falta de capital de giro para adquirir matéria-prima diante de grandes encomendas até a ausência de embalagens capazes de diminuir os 20% de perdas existentes no transporte.
A promoção e o esforço de venda, indispensável e desejável, deve ser acompanhado de uma abordagem sistêmica em todos os níveis da cadeia de produção, para não se transformar em um tiro no pé. Os contratos de compra cujos prazos de entrega não são cumpridos ou a entrega de produtos que não correspondem em qualidade aquilo que foi encomendado são as causas de fechamento de promissoras cooperativas e empresas artesanais antes existentes.
O artesanato brasileiro infelizmente, e salvo algumas exemplares exceções, ainda busca a maturidade necessária para aspirar sua inserção definitiva no mercado internacional. Devemos ter a capacidade critica de perceber nossas deficiências, sendo a primeira delas a falta de dados atuais e confiáveis, que confrontados se transformam em informação, e este quando assimilado vira conhecimento que aplicado na solução de problemas se transforme em inteligência competitiva.
Não podemos também nos esquecer da necessidade de uma renovação anual de nosso “portfolio” que valorize os referentes culturais, criando ofertas seletivas regionais; a indispensável capacitação técnica e gerencial dos produtores; uma logística adequada que possa escoar a produção sem perdas com o uso de embalagens apropriadas; acordos comerciais “justos” e finalmente enlaces sinérgicos com outros segmentos principalmente o de turismo.

29 de outubro de 2009

“INNOVACIÓN, DISEÑO Y DESARROLLO” Políticas y herramientas para los sectores productivos de la Ciudad de Buenos Aires

La Unión Industrial Argentina, el Centro Metropolitano de Diseño y la Facultad de Arquitectura Urbanismo y Diseño (UBA), con el apoyo del Ministerio de Ciencia y Tecnología, el Plan Nacional de Diseño, el Instituto Nacional de Tecnología Industrial (INTI) y la Red argentina de carreras de diseño en universidades nacionales (DISUR), tienen el agrado de invitarlos a participar de la jornada “Innovación, Diseño y Desarrollo. Políticas y Herramientas para los sectores productivos de la Ciudad de Buenos Aires”.
En el encuentro se trabajará sobre una propuesta de articulación de las acciones realizadas por diferentes instituciones en la ciudad de Buenos Aires, buscando aunar los esfuerzos del sector público, la universidad y los sectores productivos.
La alta competitividad a la que se ve sometida la producción en los mercados nacionales globalizados, obliga a impulsar la capacidad de creatividad e innovación de nuestras empresas. En este marco, las estrategias de calidad, las innovaciones de diseño y la gestión de conocimientos son imprescindibles para fortalecer los desarrollos industriales, comerciales y de servicios.
En esa dirección Empresas, Estado y Conocimiento constituyen un triángulo potente. Por eso, resulta necesaria la integración de los ámbitos público y privado con el mundo del conocimiento y la investigación con el objetivo de sumar experiencias, compartir herramientas y conocimiento, potenciándolas de manera transversal. Se trata de una tarea nacional que sólo puede desarrollarse a partir de conjunciones locales que, apoyándose en el territorio, donde se propongan acciones para articular, coordinar y fortalecer las relaciones entre los tres sectores.
El encuentro se propone además avanzar en la articulación de esfuerzos y experiencias de los diversos actores de la escena económica de la ciudad: los sectores productivos y sociales, los profesionales ligados a la disciplina del diseño, y las organizaciones gubernamentales locales y nacionales, con miras a la conformación de un Nodo de Innovación y Diseño de la Ciudad de Buenos Aires.
Estamos convencidos que la confluencia de lo público y lo privado en vistas al establecimiento de relaciones de mutua cooperación resulta una estrategia central para el desarrollo del tejido productivo y de servicios.

Fecha: 4 de Noviembre a las 9:30hs
Lugar: Auditorio de la Unión Industrial Argentina (Av. de Mayo 1147)
Actividad Gratuita
Para inscripciones y mayor información contáctese a: jazmink@uia.org.ar
Organiza:UNION INDUSTRIAL ARGENTINA Av. de Mayo 1147/57 C.P. (C1085ABB) Buenos Aires, Argentina Tel. (54 11) 4124-2300 (Líneas Rotativas) Fax (54 11) 4124-2301. E-mail: mail@uia.org.ar

20 de outubro de 2009

Não envelhecer antes da hora

Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
quem não escuta música,
e não ri de si mesmo.

Morre lentamente
quem destrói seu amor próprio;
e não se deixa ajudar.

Morre lentamente
quem se transforma em escravo dos seus hábitos,
repetindo todos os dias os mesmos caminhos;
quem não muda sua rotina,
não arrisca vestir uma nova cor,
e não conversa com desconhecidos.

Morre lentamente
quem evita uma paixão
com seu redemoinho de emoções;
aquelas que resgatam o brilho dos olhos
e os corações partidos.

Morre lentamente
quem não muda de vida quando está insatisfeito
com seu trabalho, com seu amor;
quem não troca o certo pelo incerto
para ir atrás de um sonho;
quem não se permite,
ao menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos...

Pablo Neruda

19 de outubro de 2009

FOCUS


A convite da UNESCO participei do Primeiro Forum Mundial sobre Cultura e Industrias Culturais realizado em Monza / Itália nos dias 24 a 26 de setembro. O forum concebido como uma plataforma de encontro e intercâmbio que congregou, com expressivo êxito, cento e cinquenta atores e agentes culturais provenientes dos cinco continentes, com o objetivo de compartilhar idéias, experiências e consolidar alianças profissionais.
O tema central das discussões era a colaboração entre designers e estilistas com a arte popular e o artesanato. Lançamos junto aos presentes a proposta dos Laboratorios de Inovação Cultural. A idéia esta no ar.
A programação cultural incluiu uma vista guiada a Ultima Ceia de Leonardo da Vinci e uma noite de ópera no Scalla. O Governo da Lombardia primou pela segurança e organização, pleiteando assim a manutenção do Villa Reale como sede do segundo encontro.
Nos almoços e jantares muitos cartões de visita que foram trocados já começaram a surtir efeito, estreitando e criando novos vínculos de cooperação e intercâmbio.

18 de outubro de 2009

Quanto custa design?

Muitos consideram que ser bem sucedido financeiramente - do ponto de vista profissional - é aquele que consegue ganhar, no mínimo, sua idade multiplicada por mil Euros (ou dólares ou reais) por ano. A escolha da moeda depende do mercado e da expertise de cada um. Este tem sido um parâmetro útil para se definir quanto custa uma hora de trabalho.

Tomemos o exemplo do Antonio que com 40 anos de idade e dezoito de profissão ainda não sabe quanto cobrar por um serviço. Ele trabalha em média seis horas por dia, o resto gasta fazendo mil outras coisas. Trabalhando cinco dias por semana e quarenta e cinco semanas por ano ele soma 1.350 horas de trabalho por ano.
1350 horas divididas por 40.000 = 30.

Trinta Euros no câmbio de hoje representam mais ou menos noventa reais. Este seria então o valor da hora de trabalho excetuando-se os impostos (pessoa física 25% e pessoa jurídica 13%) e um percentual para as despesas de administração.

O custo de um trabalho será então a soma de horas necessárias para que o mesmo seja realizado.

30 de setembro de 2009

Três dias em Stuttgart.

Passei por Stuttgart, rapidamente, há 35 anos atrás. Minha lembrança desta passagem é somente a imagem amarelada da misteriosa e bela floresta negra que cerca a cidade.
Descobri agora uma cidade alegre, limpa, organizada, cordial. Cheguei no dia da abertura da maior festa da cidade. Cervejas servidas em canecas de um litro, joelhos de porco assados na brasa, salsichas com chucrute doce foram na seqüência compensados em outras opções gastronômicas mais cosmopolitas.
Cidade inteligente, que prioriza o ser humano e a paisagem. Nos jardins do palácio centenas de jovens lagarteiam. A grama verde é tão bonita que dá literalmente vontade de comer. Uma cidade que preserva seu passado mas namora e investe pesado no futuro é a sociedade ideal segundo Peter Drucker. O vidro impera no mobiliário urbano, na fachadas e na marquise dos prédios. Proteger as pessoas sem tampar a paisagem parece dizer cada um destes objetos públicos. Os brinquedos infantis ao longo de sua principal rua de pedestres são de uma eficiência e síntese formal impressionantes, e as crianças adoram.
De tudo o que mais me impressionou foi o mercado público. Acho que daqui surgiu a palavra “delikatessen”.
A Porche e a Mercedes exibem em seus respectivos museus os maiores objetos de desejo criados pela técnica e pela arte. E na hora de ir embora olho para o teto do aeroporto e vejo a mais bela, sensível e genial estrutura de aço. Os pilares possuem a mesma estrutura orgânica das arvores.
Viva Stuttgart!

29 de setembro de 2009

A imagem gráfica de um território

O destino de uma sociedade é fruto de uma visão de futuro, construída e compartilhada a partir da compreensão de suas necessidades, desejos e vocações. Também concorrem para isso as características singulares de seu território que podem significar oportunidades ou ameaças, vantagens ou restrições, cujo proveito ou superação dependerá da disposição e determinação de sua população.
Potencializar essa energia transformadora que existe em cada indivíduo para o usufruto de todos deve ser a meta dos seus líderes e representantes legítimos que conscientes de suas obrigações e deveres buscam separar o interesse coletivo do particular, o público do privado.
O grande desafio é como identificar problemas, estabelecer prioridades e buscar soluções sem privilegiar os grupos de interesses mais organizados ou mais poderosos.
Isto porque o bem estar de uma sociedade passa pela distribuição eqüitativa dos recursos e esforços que dela se originam e que em seu proveito devem ser aplicados, traduzindo-se em um conjunto de ações e medidas capazes de construir um destino comum. Este cenário futuro, este horizonte visível, desejado e aspirado por todos é o ponto de partida de uma verdadeira transformação social.
Uma escuta sensível da sociedade fazendo apelo às memórias afetivas das pessoas tem sido capaz de mostrar não somente um passado a ser preservado e valorizado, mas apontando também prováveis caminhos futuros cujas escolhas e decisão de trilhar começam no presente. Organizar este pensamento comum, traduzindo-o em imagens e expressões compreensíveis por todos é um dos objetivos de um projeto de design territorial sendo a forma mais rápida, econômica e eficiente de conseguir esta visibilidade necessária.
Assim têm procedido algumas cidades e países, preocupados em difundir ao mundo uma imagem síntese de seus qualidades e diferenciais criando uma marca e aplicado-a em seus produtos e serviços. Isso contribui não somente para atrair investimentos externos, mas principalmente para fomentar a auto-estima de seus habitantes, cooptando-os para a realização deste sonho comum.
Um marca para uma cidade, um estado ou um país é muito mais do que uma síntese gráfica, um logotipo ou uma campanha de duração efêmera. Ao refletir um desejo comum, a essência e o espírito do lugar essa imagem gráfica torna-se capaz de reforçar ou corrigir a percepção daqueles que estão de fora, mas principalmente de seus verdadeiros atores sociais.

20 de setembro de 2009

O Design urbano e o futuro das cidades

Projetar um futuro possível e desejável para as cidades, com base em suas vocações, aspirações e desejos de seus habitantes, é o objetivo do design urbano.
Propor rotas de crescimento, reintegrar e revitalizar as áreas degradadas promovendo o entrelaçamento da diversidade social e cultural; melhorar a mobilidade com base na origem e destino diários das pessoas; melhorar os produtos e serviços de interesse público desde equipamentos de uso coletivo e sistemas de informação e comunicação, dentre outras ações necessárias e oportunas.
A decisão de iniciar o desenvolvimento destes projetos é fruto da sensibilização e determinação do poder público. Estimulado pela demanda dos setores organizados da sociedade (conscientes e desejosos de participar) são formados grupos de consulta e de intervenção. Equipes multidisciplinares capazes de apontar as propostas possíveis e seus impactos sociais, culturais, ambientais e econômicos. Disto surge uma proposta não usual de propor o bem estar da população como direito, contrariando interesses que se valem das deficiências e feridas do tecido urbano em proveito próprio.
Essas mudanças requerem tempo e visão de longo prazo. Não condicionado somente ao calendário político um projeto de design urbano deve resolver os problemas do presente sem causar problemas futuros. Soluções para o agora e também para os próximos 20 anos.

Por onde começar o design urbano de uma cidade?
Um modo cauteloso, prudente e sensato de começar um projeto inovador de design urbano é pela construção coletiva da Imagem da Cidade, idealizada, aspirada e possível. Mais do que uma imagem mental, se constrói um conceito, um eixo norteador para onde os esforços devem ser dirigidos. Esta construção deve ser fruto de reuniões e debates com lideranças da comunidade de modo a ser aceita e compartilhada por todos os seus habitantes. Projeções de possíveis cenários futuros devem ser avaliadas para poder escolher aquele que represente a aspiração coletiva e a vocação da cidade. O resultado é um guia de indicações e de inspirações para todos e, se possível, traduzido graficamente.

O segundo passo é uma intervenção física, pontual, visível por todos, que anuncie um novo período onde o espaço público é do povo e para ele deve ser projetado. A primazia do cidadão, do interesse coletivo sobre o individual.

Requalificar a principal praça da cidade é o modo mais rápido de obter adesão coletiva às metas de futuro pactuadas. O ponto mais central de uma cidade é uma praça. Para ela convergem todos os cidadãos. Para verem e serem vistos. Para confirmarem na alteridade sua própria identidade. Por seu poder de atração a praça é o palco da vida cotidiana, de seus anseios e desejos, de suas crenças e queixas. Espaço de liberdade de expressão e de transgressões consentidas. De lazer, de encontros e despedidas. Marco simbólico para os estrangeiros e vinculo afetivo para os locais. O estado de uma praça reflete todo o estado da comunidade que a circunda, seja pelo cuidado seja pelo descuido. A praça é acima de tudo o cenário de todos os eventos, do povo e para o povo. Em uma cidade de maiores dimensões cada bairro possui sua própria praça, porém nem todas conseguem o mesmo reconhecimento e uso. E haverá sempre uma mais importante. Esta praça é como a sala de visitas de uma casa. Pode ser aconchegante e acolhedora ou fria e pouco hospitaleira. Mobiliada ou despojada, verde ou árida, muito ou pouco utilizada. Suas características serão determinadas por aquele que a projeta, mas sua aparência final será determinada por aqueles que a utilizam.
Projetar uma praça é intervir em um espaço quase-sagrado, povoado de memórias, de lembranças e de histórias. Torna-se um desafio quando o que se busca é resgatar sua destinação original. Dar a este espaço público a mesma função que as praças sempre tiveram desde as mais remotas eras. As praças mais importantes são aquelas que conseguem ser o ponto de encontro natural das pessoas e um espelho da cidade, dotada de possibilidades de usos e ocupações diversas.

A partir deste momento as prioridades de intervenção são determinadas por um acordo social.

11 de setembro de 2009

Começando um projeto de design urbano

Por onde começar um projeto de design urbano diante de tantas necessidades e demandas de uma cidade? Penso sempre que a primeira intervenção deve ser em um local estratégico, para onde todos os olhares convergiam. Uma espécie de vitrine da mudança que se anuncia. E para isso nada melhor que sua praça principal. Enquanto metáfora do coração da cidade é na praça que se sente o pulsar da vida citadina. O começo deve ser uma escuta sensível daqueles que a utilizam ou que gostariam de fazê-lo. Parodiando o primeiro artigo da constituição “a praça é do povo e em seu nome deve ser pensada”. Dessa escuta sairão indicações de destinos prováveis, de características a serem preservadas e de necessidades a serem satisfeitas. A vocação de uma cidade fornece os elementos simbólicos que permitem fazer da praça um cenário coerente com as aspirações coletivas, com seus fazeres e saberes expressos na escolha do mobiliário, no projeto dos equipamentos e no paisagismo adotado.
Enquanto ponto de confluência de grupos e pessoas de origens e culturas diferentes a praça representa o espaço de convivência harmônica e da tolerância frente à diversidade. Vencido este primeiro desafio o design urbano investe sobre as demais áreas da cidade, analisando e sugerindo formas de crescimento sustentáveis; propondo normas de uso e de ocupações do solo; solucionado problemas de integração entre as diferentes áreas do tecido urbano; melhorando a mobilidade através da simplificação das rotas de origem e destino cotidiano dos cidadãos; propondo uma lei orgânica para o município tornando sua administração mais ágil, transparente e eficiente; criando uma imagem inspiradora do futuro que todos desejam e por fim, atribuindo prioridades e dimensionado os recursos para ações necessárias. Isto requer uma equipe multidisciplinar, conformada por arquitetos, urbanistas, designers, engenheiros, sociólogos, antropólogos, historiadores, turismólogos, planejadores urbanos, legisladores e representantes da comunidade.

10 de setembro de 2009

A Praça

O ponto mais central de um conglomerado urbano de pequeno porte é caracterizado geralmente por uma grande praça. Para ela convergem todos os cidadãos. Para verem e serem vistos. Para confirmarem na alteridade sua própria identidade. Por seu poder de atração a praça é o palco da vida cotidiana, de seus anseios e desejos, de suas crenças e queixas. Espaço de liberdade de expressão e de transgressões consentidas. De lazer, de encontros e despedidas. Marco simbólico para os estrangeiros e vinculo afetivo para os locais. O estado de uma praça reflete todo o estado da comunidade que a circunda, seja pelo cuidado seja pelo descuido. A praça é acima de tudo o cenário de todos os eventos, do povo e para o povo. Em uma cidade de maiores dimensões cada bairro possui sua própria praça, porém nem todas conseguem o mesmo reconhecimento e uso.

Penso nas praças mais importantes das cidades onde vivi e percebo como elas refletem o espírito da cidade. Em Belo Horizonte a Praça da Liberdade com suas palmeiras imperiais; em Brasília a Praça dos Três Poderes e seu infinito gramado; em Florianópolis a Praça XV e sua figueira centenária; em Fortaleza a Praça do Ferreira com as lembranças de seu morador mais ilustre o bode ioiô, hoje embalsamado no museu histórico.

Projetar uma praça é intervir em um espaço quase-sagrado, povoado de memórias, de lembranças e de histórias. Torna-se um desafio quando o que se busca é resgatar sua destinação original. Dar a este espaço público a mesma função que as praças sempre tiveram desde as mais remotas eras. As praças mais importantes são aquelas que conseguem ser o ponto de encontro natural das pessoas e um espelho da cidade, dotada de possibilidades de usos e ocupações diversas.

A praça é a sala de visitas da casa. Pode ser aconchegante e acolhedora ou fria e pouco hospitaleira. Mobiliada ou despojada, verde ou árida, muito ou pouco utilizada. Suas características serão determinadas por aquele que a projeta, mas sua aparência final será determinada por aqueles que a utilizam. Para projetar uma praça é necessário ouvir a população, conhecer suas necessidades e anseios e com ela debater as possibilidades e definir o que deve ser acrescido ou retirado. Fazer isso é difícil, pouco usual, mas indispensável.

Design Urbano - A experiência de São Desidério












30 de agosto de 2009

UNESCO - Fórum Mundial sobre as industrias culturais

A UNESCO organiza de 24 a 26 de setembro em Monza / Itália a primeira edição do Fórum Mundial das Industrias Culturais (FOCUS). Para os debates foram convidados expressivas personalidades da industria da moda, do design, da cultura e da economia mundial, dentre eles: Bernard Arnault, Mohamed Yunus, Lindsay Owen-Jones, Ralph Lauren, John Galliano, Philippe Starck, Narciso Rodriguez, Aissa Dione et Michael Kra.Através desta iniciativa a UNESCO pretende demonstrar o potencial e o dinamismo do setor cultural que não se mede somente em termos de participação no PIB, mas principalmente por sua capacidade de transformar a sociedade, de geração de emprego e renda, de desenvolvimento humano e social a cultura, sendo um setor transversal da economia. A tomada de consciência e os desafios do mundo atual, em especial, o desenvolvimento sustentável, a diversidade cultural e a preservação do meio ambiente constituem-se nos novos paradigmas que determinam a oferta de bens e serviços de maior valor agregado, definindo um novo de conceito de “luxo”.
Durante o Fórum a UNESCO anunciará a criação de um Laboratório de Inovação Cultural para os países em desenvolvimento.

25 de agosto de 2009

Manual de design para as PMEs

Estamos desenvolvendo este manual em tempo real. Cada capitulo vai sendo incorporado das criticas e sugestões. Um livro aberto do design, como pensamos e como achamos que deva ser. Portanto, Colaborem todos. Sintam-se me casa! Enviem seus comentários, criticas e sugestões. Um experimento de fazer um livro virtual que já vem grifado pelos melhores leitores.

24 de agosto de 2009

Como contratar design?

Tendo tomado consciência da importância e da necessidade de utilizar o design como forma de conseguir uma diferenciação qualitativa para seus produtos e serviços uma empresa decide que está na hora de contratar um especialista, uma agencia, ou mesmo montar um departamento de design. Neste momento as perguntas mais prováveis são:
Contratar um designer ou montar uma equipe?
Como escolher estes colaboradores?
A resposta depende do tamanho e da complexidade da empresa, de sua carteira de produtos e de suas estratégias comerciais.
Criar uma unidade ou um departamento próprio de design somente é uma opção recomendável para as empresas de grande porte e que possuem um grande portfolio de produtos, realizando vários lançamentos, todos os anos.
Um departamento de criação e inovação para ser bem estruturado necessita de profissionais de várias especialidades com conhecimentos específicos que permita:
Conduzir pesquisas de demanda, de oferta e de tendências;
Analisar dados e informações;
Interpretar os sinais emitidos pelo mercado e traduzir as demandas e necessidades dos consumidores;
Conceber e desenvolver projetos de design gráfico, industrial, embalagens e promocional;
Realizar modelos e maquetes;
Analisar e propor processos de produção mais adequados e eficientes;
Melhorar os espaços de trabalho;
Propor e conduzir campanhas de lançamento de novos produtos;
Acompanhar o ciclo de vida dos produtos no mercado

Um equipe que possa contar com a colaboração de engenheiros, sociólogos, psicólogos, publicitários, especialistas em marketing, em tecnologia da informação, em ergonomia, em saúde ocupacional, entre outros. Os departamentos de design de grandes corporações (Phillips, Sony, etc) contam com equipes de mais de 300 pessoas, sendo que parte considerável trabalha apenas com a analise das mudanças comportamentais da sociedade.

A dificuldade de possuir sua equipe própria de design, além dos altos custos fixos, é a manutenção de um estado permanente de dinâmica criativa.
Como qualquer projeto de design envolve situações com elevado grau de incertezas e de risco, uma tendência natural é não comprometer uma posição de estabilidade no mercado, assumindo somente propostas que provoquem pequenas mudanças incrementais nos produtos.

Algumas grandes empresas criaram um pequeno núcleo de inovação e design, com a atribuição de gerenciar e/ou acompanhar projetos contratados junto a empresas ou profissionais prestadores de serviço de design disponíveis no mercado.
Os núcleos de inovação, funcionam como uma porta de acesso para a empresa, capaz de trazer propostas audaciosas, porém factíveis e promissoras, de novos produtos e serviços. Estruturar estes núcleos é uma tarefa bem mais simples que implantar um departamento de design. Segundo Nicolas Negroponte "A criatividade provém de justaposições improváveis. A melhora maneira de maximizar diferenças é misturar pessoas com idades diferentes, culturas e disciplinas".

Em uma outra situação é necessário apenas contratar um profissional com um perfil adequado para ser a ponta entre a empresa e as agencias de design, com livre trânsito junto à direção e à produção. Com um olho no mercado e outro na fábrica. A função de designer manager exige alguns atributos diferenciadores:
Visão holística (ver primeiro o todo e depois as partes de um problema);
Visão sistêmica (perceber as inter-relações entre as diferentes áreas do conhecimento e os diferentes setores da empresa);
Boa Intuição (capacidade de tomar decisões em situações nebulosas e sem dados confiáveis disponíveis);
Criatividade (que permita colaborar nos processos de proposição de soluções inovadoras);
Amplitude cultural (somente um amplo repertório cultural permite entender e decodificar as necessidades e desejos de grupos sociais distintos)
Estas qualidades (ou atributos) não são exprimíveis em um currículo, nem são perceptíveis em uma entrevista (por melhor que seja conduzida) e nem identificadas em testes de aptidão. Somente a atuação prática cotidiana permitirá aferir a capacidade de uma pessoa em ser o responsável por esta intermediação em design, fazendo a ponte entre o desejo do mercado e a capacidade de resposta da empresa.

O núcleo de inovação e design, ou o designer manager, necessitam que a empresa por sua vez viabilize acesso a todo tipo de informação útil para planejar e propor soluções na forma de novos produtos e serviços; Liberdade de trabalho e horários flexíveis compatíveis com o processo criativo; Equipamentos eficientes e condições ambientais adequadas;Estimulo e apoio para a atualização profissional (participação em cursos, eventos, feiras, etc);Metas desafiadoras.

Um profissional (ou uma empresa de design) terceirizado, pode em alguns casos pode ser o modo mais rápido e econômico para as PMES no desenvolvimento de produtos e serviços inovadores. Esta empresa deve ter:
Histórias de sucesso e/ou projetos que obtiveram êxito e reconhecimento (visíveis em seu portfolio)
Elevado grau de satisfação de seus clientes (basta consultá-los)
Amplitude de serviços (perceptíveis por sua rede de colaboradores);
Confiabilidade (sigilo preservando informações confidenciais e estratégicas da empresa e comportamento ético);
Capacidade crítica e autocrítica (identificar e propor soluções para problemas que podem comprometer a eficiência da empresa).

23 de agosto de 2009

Mudanças comportamentais da sociedade de consumo ocidental

1.Aceitação do uso compartilhado.
Uma das características inerentes ao ser humano é o desejo da posse de tudo aquilo que lhe é caro, necessário e indispensável. O sonho da casa própria, ou de sua própria terra para nela plantar, é uma das maiores preocupações das pessoas. Em função das lutas e guerras por disputas territoriais o mapa do mundo foi tantas vezes redesenhado. Entretanto, diante da impossibilidade financeira ou pela simples comodidade, alguns destes valores estão sendo revistos. A criação de modelos de propriedade imobiliária baseada no “uso compartilhado” fez com que as pessoas que desejam um segundo imóvel, destinado às férias, reverem seus conceitos. É muito mais econômico e prático pagar apenas pelo dias de uso que assumir todos os encargos de manter um imóvel durante todo o ano. Do mesmo modo existem os arrendatários agrícolas, que compartem o lucro de sua produção com o proprietário do terreno. Hoje os exemplos se sucedem e se multiplicam. De aviões a bicicletas quase tudo por ser adquirido apenas para o uso sem o ônus decorrente da propriedade exclusiva. Um consórcio europeu oferece a “venda” de aviões particulares por 10% de seu valor. Como? A pessoa adquire apenas o direito dele usufruir onde e quando desejar, desde que obedecendo a um planejamento mínimo. Com isso se livra das despesas de aluguel de hangares, pagamento de pilotos, manutenção da aeronave, etc. Do mesmo modo existem as bicicletas de várias cidades européias disponibilizadas para os cidadãos como são os carrinhos de bagagens nos aeroportos. Basta uma moedinha para ordenar seu uso. Brevemente muitos produtos serão empréstimos que os concessionários de serviços oferecem aos seus clientes. Não faz mais sentido comprar um aparelho celular se pagamos caro pelo seu uso. O mesmo raciocínio pode valer para um televisor. Porque pagar por um equipamento se somos os destinatários da publicidade que por ele será transmitida e pagamos pelo sinal que recebemos? Esta nova consciência deverá mudar o modo com o qual nos relacionamos com este tipo de produtos. Assim estes produtos terão seu preço definido por seu valor de uso e não por seu valor simbólico.

2. Maior consciência ecológica e social (e cultural)Os desastrosos efeitos provocados pelo homem ao meio ambiente já se fazem sentir. Do efeito estufa ao aquecimento global causados pela emissão descontrolada de CO2. Das chuvas ácidas ao esgotamento de recursos naturais não renováveis. Da extinção de milhares de espécies vivas à exaustão das terras férteis e a poluição dos rios e oceanos. O impacto dos produtos sobre o meio ambiente é hoje uma responsabilidade de quem projeta, de quem produz, de quem comercializa e de quem consome. Os jovens, mais que os adultos, já estão mais conscientes escolhendo melhor os produtos que adquiem. Observam não somente as questões ambientais, mas também algumas questões sociais tais como a garantia de ausência de trabalho infantil ou semi-escravo. Normas e padrões internacionais estão sendo exigidos por muitas nações para adquirir produtos estrangeiros. Atualmente, para projetar e lançar um novo produto no mercado é necessário considerar seu impacto sobre o meio ambiente e sobre s sociedade.

3. Maior preocupação com a saúde e o bem estar físico. Com os avanços da medicina (diagnóstica e preventiva) e com aprofundamento do conhecimento sobre as necessidades do organismo humano aumentou o grau de interesse das pessoas por produtos e serviços que colaborem com a busca por uma vida mais equilibrada e saudável. Produtos orgânicos, embalagens que explicitam o conteúdo dos produtos, equipamentos e produtos para a prática de esportes, são alguns dos setores que estão tendo um crescimento exponencial de demanda, constituindo-se em forte oportunidade para os pequenos empresários. Projetar produtos e serviços para este segmento de mercado exige uma grande preocupação com as questões de adequação aos distintos grupos de usuários, observando suas necessidades especiais em virtude de seu biótipo, estatura física, idade, restrições culturais, entre outras.

4. Isolamento voluntário. Os problemas urbanos, decorrentes do inchaço e do crescimento não planejado das cidades, em especial as dificuldades de deslocamento em virtude das distâncias e dos congestionamentos e principalmente a violência incrementada pela incapacidade de controle por parte da força policial, estão mudando os hábitos das pessoas. Nas grandes cidades, de qualquer país ocidental, sair de casa para ir a um evento, cinema, teatro, restaurante, visitar amigos, se transformou em uma atitude de risco e de resultados imprevisíveis. Tudo pode acontecer no caminho de ida ou de volta, seja pelo ataque de marginais ou de terroristas. A casa se transformou no refúgio, no único espaço relativamente seguro dentro do caos urbano. Isso representa uma oportunidade para a colocação de produtos destinados a satisfazer as necessidades das pessoas em suas casa, da alimentação ao entretenimento, dos aspectos de segurança ao conforto, crescem os serviços de entregas à domicilio: Farmácia, padaria, supermercado, locadoras de vídeos, restaurantes, muitos estão oferecendo estas comodidades da escolha à distância a entrega na porta. O comércio eletrônico é a atividade humana que mais cresceu na ultima década.

5. Hedonismo e individualismo.
O aqui e o agora passaram a dominar a preocupação de muitas pessoas face ao indecifrável mistério do amanhã. “Carpe dien, quam minimum credula postero” diziam o ditado de Horácio que em uma livre tradução do latin para o português significa: Desfrute o dia de hoje, acreditando minimamente no futuro. Esta postura diante da vida implica na busca por produtos e serviços que garantam plena e imediata satisfação. O individualismo também se traduz na procura por produtos únicos, exclusivos, personalizados, que tenham a “cara” do dono. Esta é uma possibilidade mais apropriada para as pequenas empresas, por serem menores são mais ágeis e flexíveis, podendo alterar ou substituir produtos na linha de produção sem maiores conseqüências. Produtos com uma mesma tecnologia podem apresentar variações infinitas em sua aparência e apresentação. É o caso, por exemplo, do relógio Swatch, cujo design permite sob a mesma tecnologia apresentar milhares de opções diferentes aos consumidores, valendo-se de repertórios visuais que remetem a todo tipo de gosto e preferência estética. Durante a década de setenta o mercado mundial de relógios, até então dominado pelos Suíços, começou a ser conquistado velozmente por empresas asiáticas cujos modelos à quartzo, modernos e baratos, conquistavam a preferência dos consumidores. No inicio dos anos 80, Nicolas Hayeck salvou a indústria Suíça, ao propor um novo conceito de relógio analógico, simples, eficiente, moderno, barato e customizado. Com apenas 51 componentes ao invés dos relógios tradicionais com o dobro ou o triplo de peças, o Swatch revolucionou o mercado produzindo mais de 300 modelos por ano com uma mesma tecnologia.

6. Tribalismo urbano.
A humanidade não se divide em 12 tipos humanos (como fazem crer os astrólogos) e nem em 11 civilizações distintas como apregoam alguns sociólogos. Somos muitos mais complexos, únicos e singulares do que se pode imaginar. Nossa identidade pessoal vai sendo reescrita a cada dia em função das sucessivas escolhas que vamos fazendo. Nosso gosto é influenciável pelos que nos cercam. Deste modo conformamos, mesmo de modo inconsciente, novas tribos urbanas, definidas não pela proximidade física, mas pela convergência cultural. Podemos pertencer a uma ou mais tribos, em função de nosso trabalho ou profissão, preferências, gostos, manias ou crenças. Cada um destes grupos possui seus códigos próprios, seus padrões estéticos, seus modismos e rejeições. Difícil é a tarefa de definir ou denominar estes grupos. Existem milhares. Pensar em quais são estes distintos grupos ajuda a identificar seus opostos e, com isso, aceitar que um produto que venha de encontro a um determinado grupo provavelmente será rejeitado pelo outro. Os conservadores se opõem aos liberais. Os transgressores aos tradicionalistas. Os contemplativos aos mediáticos. Os apocalípticos aos integrados. Os yuppies ao hyppies. Os noctívagos aos esportistas. As donas-de-casa às empresárias...

Definir para qual publico (ou tribo urbana) um produto se destina é o primeiro passo para poder projetá-lo. Em design, defina primeiro o cliente.

Dez tendências (ou oportunidades) em produtos

Os especialistas em projeções e construção de cenários futuros, baseados principalmente nos avanços tecnológicos, prevêem que dentro pouco tempo, talvez não mais do que dez anos, 80% dos produtos e serviços com os quais estaremos convivendo cotidianamente, ainda não foram inventados. Uma nova cultura material terá, portanto de ser desenhada, representando um esforço - e oportunidades - sem precedentes na história da civilização. Isso abre um incomensurável campo de possibilidades para o design, que de ator coadjuvante do desenvolvimento industrial passa a ser um de seus principais protagonistas.
Vários são os caminhos que se apresentam para o design. A forma dos produtos já não segue mais sua função. Hoje em dia a aparência e a forma dos produtos seguem a intuição e a emoção. Novas necessidades são criadas, ditadas por inovações que trazem mais conforto, mais prazer e maior satisfação. Este novo universo de produtos já aponta para algumas tendências que podem representar um vasto campo de possibilidades para as empresas brasileiras mais criativas.

1. Produtos efêmeros.
São os produtos de ciclo de vida curto que existem, em sua maioria, para que um serviço seja prestado, sendo em sua maioria frágeis ou com curto prazo de validade. Nesta categoria incluem-se praticamente todos os tipos de embalagens, assim como os produtos de apenas uma utilização e todos os tipos de descartáveis. A maior preocupação com este tipo de produtos, quando de sua concepção, e que tenham baixo impacto ecológico, possam ser reciclados ou biodegradáveis. O conceito para orientar o desenvolvimento deste tipo de produtos de vê ser: menos matéria com mais inteligência.


2. Produtos com um longo ciclo de vida útil. Ao contrário dos produtos concebidos para durar apenas uma curta temporada, sejam por estarem visceralmente relacionados aos fenômenos de moda e de estilo, ou por embutirem uma tecnologia já superada, os produtos que incorporam esta tendência pretendem durar muito mais que seus similares. O diferencial destes produtos é a preocupação em manterem-se atuais tanto na forma, como no uso e na tecnologia utilizada. O desafio para os designers é o de conceber produtos que envelheçam com dignidade, que estabeleçam vínculos afetivos ou de quase cumplicidade com seus usuários. O maior atributo destes produtos é a defesa de valores perenes, sejam estes estéticos ou funcionais, e que não dispensem a dimensão humana.

3. Produtos simbólicos.
Nesta categoria estão incluídos os produtos que trazem consigo um discurso próprio ou uma história para contar. Os vínculos com a cultura de um determinado grupo ou região é que fornecem os elementos de valorização simbólica.
Sua dimensão prática e funcional está subordinada a dimensão da experiência vivenciada. Exemplos desta categoria são os acessórios de uso pessoal, jóias, objetos de decoração, e produtos artesanais.
4. Produtos amigáveis.
Esta é uma nova tendência denominada também de “design cordial”. Trata-se de uma nova forma de responder as demandas e necessidades dos usuários levando em consideração suas limitações físicas, culturais, lingüísticas ou mesmo intelectuais.
Nesta tendência alinham-se todos os produtos que aboliram os manuais de uso pois as instruções, quando indispensáveis, vêm incorporadas aos mesmos.
Também conhecido como produtos “plug-and-play”, ou seja ligue que funciona. Sua característica principal é a facilidade de uso (usabilidade) e de compreensão de seus comandos.

5. Produtos virtuais.
Nesta categoria estão todos os produtos digitais, intangíveis ou desprovidos de matéria física, tais como: jogos eletrônicos, sites web, apresentações multimídias, entre outros.
A característica principal destes produtos é sua usabilidade, com interfaces homem/máquina de fácil leitura, boa compreensão, e capaz de permitir uma tomada de decisão inequívoca, sem despertar nenhum tipo de dúvidas ou interrogações ao seu usuário.

6. Produtos para o conforto e a qualidade de vida.
Esta tendência engloba todos os produtos concebidos para melhorar o dia-a-dia das pessoas, desde ferramentas e utensílios que facilitem as tarefas cotidianas, até produtos para o lazer, a prática de esportes e o entretenimento de modo geral. O maior desafio está na necessidade de dispor de tamanhos, formato e modelos adequados aos distintos público, com características bastante diferenciadas.

7. Produtos de uso coletivo ou compartilhado. A aceitação do uso compartilhado (e não a posse) por parte dos consumidores para alguns tipos de bens e produtos, verificada a partir da metade do século XX, abre novas possibilidades para o design. Produtos que antes tinham como princípio seduzir as pessoas para estimular o consumo passam a ter como premissa principal o aumento da eficiência no uso e no cumprimento de suas tarefas programadas. Nesta categoria incluem-se todos os equipamentos de mobiliário urbano, que representam um vasto campo de possibilidades, seja pelo adequado uso de matérias primas em função do tipo de ambiente envolvente, seja pela linguagem formal adequada as condições histórico-culturais de cada cidade.

8. Produtos para a mobilidade.Neste grupo incluem-se todos os tipos de veículos e equipamentos destinados ao transporte de indivíduos, seja de modo coletivo ou individual, tanto por terra, mar ou ar. A grande preocupação quando do desenvolvimento deste tipo de produtos é a economia e a substituição os combustíveis fósseis por energia de fontes renováveis.

9. Produtos de segurança e proteção individual. As últimas décadas trouxeram também uma insegurança generalizada que não poupa nenhum território, seja em virtude do crescimento da violência urbana, do terrorismo, ou das disputas territoriais de origens religiosas, políticas, econômicas ou ideológicas. Deste modo é inevitável que cresça também a procura por produtos, equipamentos e acessórios que aumentem a segurança e preservem a integridade física dos indivíduos e do patrimônio das pessoas e instituições. Nesta categoria incluem-se também os equipamentos de proteção individual que minimizem os riscos de acidentes domésticos e no trabalho.

10. Produtos para a (ou fruto da) interatividade. Neste grupo estão todos os produtos e equipamentos que facilitam e viabilizam a comunicação humana, rompendo as barreiras físicas e culturais. O grande desafio neste novo século é conseguir acompanhar os avanços científicos e tecnológicos com produtos que possuam uma linguagem, formal, plástica e funcional, coerente com este novo paradigma, centrado no individuo em sua busca pela superação de seus limites. As fábricas de produtos de consumo massivo, em especial de automóveis, começam a desenvolver projetos em colaboração com os usuários. As sugestões e desejos dos consumidores colhidos em pesquisas diretas ou em canais abertos de comunicação, transformam-se em desafios para as equipes de design e engenhariam buscarem respostas satisfatórias.
Estas tendências alinham-se com as mudanças comportamentais da sociedade, que por sua vez são conseqüência das transformações pela qual o mundo está passando.
Diversos analistas e estudiosos procuram identificar quais são os produtos e serviços que se tornarão indispensáveis nos próximos anos. As grandes empresas possuem em seus departamentos de pesquisa e desenvolvimento, grupos especializados em prospectar e analisar tendências. São verdadeiros observatórios de sinais emitidos pela sociedade. Sinais estes que podem ser traduzidos em respostas eficazes (na forma de produtos ou serviços) para atender as necessidades e aspirações das pessoas.

21 de agosto de 2009

Vale a pena investir em inovação e design?

Todos os empresários, cedo ou tarde se perguntam: Vale mesmo a pena investir tempo e recursos (cada vez mais escassos) em design e inovação, para criar novos produtos ou serviços? Não seria muito mais prático e econômico copiar os produtos que já deram certo?

Quem cópia pode conseguir, no máximo, satisfazer aqueles que não conseguem comprar o produto original, seja pela dificuldade de acesso (que hoje com a globalização do mercado não se justifica mais), seja pelo preço mais elevado, que obriga a quem cópia fazer muito mais barato.

Investir em design realmente é uma decisão de risco. Como qualquer investimento para se criar algo novo existe sempre a possibilidade de não se alcançar o êxito sonhado. Porém copiar também não é garantia de sucesso além de ser ilegal e antiético. Copiar pode ser um barato que sai caro, sobretudo se a empresa tiver de responder a um processo por plágio.

Apesar disso a maioria das empresas brasileiras ainda prefere o caminho da cópia e da adoção de estratégias reativas baseadas no corte de custos e no enxugamento de despesas para poder seguir os líderes.

Mas, pelos resultados de uma pesquisa conduzida pelo Instituto de Pesquisas Econômicas - IPEA, junto a mais de setenta mil empresas, com mais de dez empregados, essa visão pode mudar, pois conseguiram comprovar que quem investe em inovação tem 16 vezes mais chances de exportar.
Esta pesquisa, desenvolvida através de um convênio entre o IPEA e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, o Ministério do Trabalho, a Secretaria de Comércio Exterior - SECEX do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o Banco Central, apresenta informações surpreendentes e que muito contribuirão para a formação de uma consciência critica sobre a importância de investir em inovação e design.

Um dado importante revelado nesta pesquisa é que apenas 1,7% das empresas brasileiras (1.119) investem sistematicamente em inovação. Na Dinamarca, Bélgica e Holanda este percentual varia entre 50% e 60%.
Estas (poucas) empresas são responsáveis por 25,9% do faturamento industrial do Brasil e por 13,2% dos empregos gerados. Seus funcionários recebem um salário médio mensal de R$ 1.254,64, 23% a mais do que os trabalhadores de firmas que não diferenciam seus produtos e 11% a mais do que os das empresas especializadas em produtos padronizados. O estudo constata que as empresas inovadoras geram empregos de melhor qualidade, mais estáveis, e que seus funcionários têm escolaridade média maior.

Para aqueles que pensam que investir em inovação é um gasto muito elevado (e não um investimento) vale observar que estes recursos aplicados representam apenas 0,62% do faturamento das empresas, em um volume total de R$1,7 bilhões em 2004.

Os dados levantados mostram que a produção das firmas que inovam e diferenciam produtos é significativamente maior do que nas demais categorias. O faturamento médio dessas empresas é de R$ 135,5 milhões, contra R$ 25,7 milhões nas firmas especializadas em produtos padronizados e R$ 1,3 milhão entre aquelas que não diferenciam produtos e têm produtividade menor.

Estes são os dados mais contundentes jamais revelados por uma pesquisa sobre inovação tecnológica, servindo para provar a importância da inovação (e do design) para o incremento da competitividade.
O Ministro da Indústria e Comércio, presente ao evento de lançamento dos resultados deste trabalho no dia 08 de junho de 2006, afirmou que esta pesquisa foi realizada em um momento oportuno no qual se discutem estratégias para o desenvolvimento do país. "Isso passa pela inovação, pela tecnologia, pela criação de valor. Precisamos de produtos e serviços que transmitam emoção", disse, explicando que o Brasil precisa ser reconhecido por fazer produtos que sejam diferenciados e atrativos para os consumidores. "Essa diferenciação pode vir em produtos comuns. Um exemplo é o caso das sandálias havaianas (um produto clássico brasileiro), que passaram por um reposicionamento, tornando-se um produto de grande valor simbólico, fazendo-o sair da base de US$ 2 para US$ 15."

A importância do design e da inovação já vem sendo preocupação do governo brasileiro desde a década de setenta e ainda mais contundente com a criação do Programa Brasileiro de Design – PBD em fevereiro de 1995 e do Via Design, pelo SEBRAE em 1999.

A necessidade permanente em inovar, diversificando e desenvolvendo novos produtos e serviços, com qualidade e adoção de tecnologias avançadas, é indispensável para assegurar elevados níveis de eficiência, produtividade e competitividade nas empresas, independente de seu ramo ou de seu porte.

Isso implica na gestão dos conhecimentos e na capacitação contínua e interativa, passo mais importante para o desenvolvimento da inovação tecnológica.

A proximidade entre os conceitos de inovação e design contribui para algumas confusões.

Inovação tem sido entendida como a introdução no mercado de um produto ou processo inédito ou com mudanças substanciais em suas características principais. Existe também a inovação gerencial ou organizacional que trata da mudança das práticas e serviços oferecidos por uma empresa e que alteram sua posição no mercado.

Já o termo design em uma livre tradução do inglês significa projeto. E projeto significa, em síntese, um conjunto de atividades ordenadas, com prazos e custos determinados, cujo resultado final é algo que até então não existia. Os conceitos de design e de projeto pressupõem a inovação como uma condição intrínseca.

A grande dúvida das empresas costuma ser: Como e quando inovar? Como, tentaremos responder nos próximos artigos. Já a dúvida de QUANDO a resposta deveria ser: Sempre! Corroborando esta afirmação vale lembrar as palavras de Tom Peters: “Design é parte do esforço para o desenvolvimento de cada produto ou serviço..desde o início...não como uma reflexão tardia.”

Os especialistas sempre alertaram que empresa deve saber a hora de retirar um produto do mercado e substituí-lo por outro, antes que a concorrência o faça.

Este momento não necessita (e nem deve) esperar que um produto chegue à fase de obsolescência para que os esforços de substituição sejam iniciados. Quando um produto alcança sua maturidade no mercado, outros já deveriam devem ter sido desenvolvidos e prontos para serem lançados. Deste modo quando um produto entrar em sua fase de declínio e com isso o fluxo de caixa diminuir, outros produtos já estarão na seqüência para substituí-lo.

Isso significa dizer que investir em inovação e design não deve ser uma atitude episódica, mas uma ação constante e continuada.

Todos os empresários, cedo ou tarde se perguntam: Vale mesmo a pena investir tempo e recursos (cada vez mais escassos) em design e inovação, para criar novos produtos ou serviços? Não seria muito mais prático e econômico copiar os produtos que já deram certo?

Quem cópia pode conseguir, no máximo, satisfazer aqueles que não conseguem comprar o produto original, seja pela dificuldade de acesso (que hoje com a globalização do mercado não se justifica mais), seja pelo preço mais elevado, que obriga a quem cópia fazer muito mais barato.

Investir em design realmente é uma decisão de risco. Como qualquer investimento para se criar algo novo existe sempre a possibilidade de não se alcançar o êxito sonhado. Porém copiar também não é garantia de sucesso além de ser ilegal e antiético. Copiar pode ser um barato que sai caro, sobretudo se a empresa tiver de responder a um processo por plágio.

Apesar disso a maioria das empresas brasileiras ainda prefere o caminho da cópia e da adoção de estratégias reativas baseadas no corte de custos e no enxugamento de despesas para poder seguir os líderes.

Mas, pelos resultados de uma pesquisa conduzida pelo Instituto de Pesquisas Econômicas - IPEA, junto a mais de setenta mil empresas, com mais de dez empregados, essa visão pode mudar, pois conseguiram comprovar que quem investe em inovação tem 16 vezes mais chances de exportar.
Esta pesquisa, desenvolvida através de um convênio entre o IPEA e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, o Ministério do Trabalho, a Secretaria de Comércio Exterior - SECEX do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o Banco Central, apresenta informações surpreendentes e que muito contribuirão para a formação de uma consciência critica sobre a importância de investir em inovação e design.

Um dado importante revelado nesta pesquisa é que apenas 1,7% das empresas brasileiras (1.119) investem sistematicamente em inovação. Na Dinamarca, Bélgica e Holanda este percentual varia entre 50% e 60%.
Estas (poucas) empresas são responsáveis por 25,9% do faturamento industrial do Brasil e por 13,2% dos empregos gerados. Seus funcionários recebem um salário médio mensal de R$ 1.254,64, 23% a mais do que os trabalhadores de firmas que não diferenciam seus produtos e 11% a mais do que os das empresas especializadas em produtos padronizados. O estudo constata que as empresas inovadoras geram empregos de melhor qualidade, mais estáveis, e que seus funcionários têm escolaridade média maior.

Para aqueles que pensam que investir em inovação é um gasto muito elevado (e não um investimento) vale observar que estes recursos aplicados representam apenas 0,62% do faturamento das empresas, em um volume total de R$1,7 bilhões em 2004.

Os dados levantados mostram que a produção das firmas que inovam e diferenciam produtos é significativamente maior do que nas demais categorias. O faturamento médio dessas empresas é de R$ 135,5 milhões, contra R$ 25,7 milhões nas firmas especializadas em produtos padronizados e R$ 1,3 milhão entre aquelas que não diferenciam produtos e têm produtividade menor.

Estes são os dados mais contundentes jamais revelados por uma pesquisa sobre inovação tecnológica, servindo para provar a importância da inovação (e do design) para o incremento da competitividade.
O Ministro da Indústria e Comércio, presente ao evento de lançamento dos resultados deste trabalho no dia 08 de junho de 2006, afirmou que esta pesquisa foi realizada em um momento oportuno no qual se discutem estratégias para o desenvolvimento do país. "Isso passa pela inovação, pela tecnologia, pela criação de valor. Precisamos de produtos e serviços que transmitam emoção", disse, explicando que o Brasil precisa ser reconhecido por fazer produtos que sejam diferenciados e atrativos para os consumidores. "Essa diferenciação pode vir em produtos comuns. Um exemplo é o caso das sandálias havaianas (um produto clássico brasileiro), que passaram por um reposicionamento, tornando-se um produto de grande valor simbólico, fazendo-o sair da base de US$ 2 para US$ 15."

A importância do design e da inovação já vem sendo preocupação do governo brasileiro desde a década de setenta e ainda mais contundente com a criação do Programa Brasileiro de Design – PBD em fevereiro de 1995 e do Via Design, pelo SEBRAE em 1999.

A necessidade permanente em inovar, diversificando e desenvolvendo novos produtos e serviços, com qualidade e adoção de tecnologias avançadas, é indispensável para assegurar elevados níveis de eficiência, produtividade e competitividade nas empresas, independente de seu ramo ou de seu porte.

Isso implica na gestão dos conhecimentos e na capacitação contínua e interativa, passo mais importante para o desenvolvimento da inovação tecnológica.

A proximidade entre os conceitos de inovação e design contribui para algumas confusões.

Inovação tem sido entendida como a introdução no mercado de um produto ou processo inédito ou com mudanças substanciais em suas características principais. Existe também a inovação gerencial ou organizacional que trata da mudança das práticas e serviços oferecidos por uma empresa e que alteram sua posição no mercado.

Já o termo design em uma livre tradução do inglês significa projeto. E projeto significa, em síntese, um conjunto de atividades ordenadas, com prazos e custos determinados, cujo resultado final é algo que até então não existia. Os conceitos de design e de projeto pressupõem a inovação como uma condição intrínseca.

A grande dúvida das empresas costuma ser: Como e quando inovar? Como, tentaremos responder nos próximos artigos. Já a dúvida de QUANDO a resposta deveria ser: Sempre! Corroborando esta afirmação vale lembrar as palavras de Tom Peters: “Design é parte do esforço para o desenvolvimento de cada produto ou serviço..desde o início...não como uma reflexão tardia.”

Os especialistas sempre alertaram que empresa deve saber a hora de retirar um produto do mercado e substituí-lo por outro, antes que a concorrência o faça.

Este momento não necessita (e nem deve) esperar que um produto chegue à fase de obsolescência para que os esforços de substituição sejam iniciados. Quando um produto alcança sua maturidade no mercado, outros já deveriam devem ter sido desenvolvidos e prontos para serem lançados. Deste modo quando um produto entrar em sua fase de declínio e com isso o fluxo de caixa diminuir, outros produtos já estarão na seqüência para substituí-lo.

Isso significa dizer que investir em inovação e design não deve ser uma atitude episódica, mas uma ação constante e continuada.

20 de agosto de 2009

Encontro Brasil México de cooperação em design

O encontro Brasil-México de cooperação em design, realizado no ultimo dia 14 no Caesar Business em São Paulo foi muito estimulante. Organizado pelo PROMÉXICO com o apoio da APEX reuniu algumas pessoas com visões e objetivos comuns.
Do Brasil estavam presentes, dentre outros representantes das seguintes empresas e instituições: Índio da Costa; GAD Design; ABEDESIGN; Belas Artes; SENAC; Mozeto Design; Aerolink; Serco e Questo Design. Da parte Mexicana: Centro de Diseño para la Innovación; Made; Tec de Monterrey; Cedim; UNAM e TCM.
Com Oscar Salinas e Julio Frias discuti muitas possibilidades de projetos conjuntos no futuro próximo.
Abaixo um resumo de minha palestra.
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8 de agosto de 2009

Laboratórios de inovação cultural

Os últimos vinte anos foram caracterizados pela crescente importância do design na competitividade mundial. Centenas de núcleos, laboratórios e centros de design foram criados.
Formaram competências em estratégias. Muitos fecharam suas portas por permanecerem monotemáticos. Hoje a inovação não é mais tecnológica e sim cultural. Um produto deve ter um vinculo com sua cultura, seja de origem seja de destino. Para isso é preciso transformar informação em conhecimento e este em inteligência.

Núcleos ou laboratórios de inovação cultural são uma alternativa para uma leitura transversal da sociedade, capaz de identificar suas necessidades, aspirações e desejos e deles construir propostas, viáveis e inovadoras.

3 de agosto de 2009

Inovação em turismo

Qual o diferencial que um ambiente deve possuir, para atrair e fixar capital humano, intelectual e financeiro?
A resposta pode ser: demanda por trabalho qualificado; infra-estrutura de serviços eficiente; oferta cultural diversificada e espaço de moradia e lazer perto da natureza.
Ambientes que reúnam estas condições estão aptos para impulsionar programas inovadores de turismo, que buscam a qualidade ao invés da quantidade.
Viver e criar neste ambiente é uma experiência única, atributo que torna este espaço um produto a ser qualificado e vendido. Espaço de criação, mas também de produção diferenciada. De atração da inteligência. Resposta as exigências da nova “economia da experiência” que reconhece o valor das experiências vividas.
Um exemplo desta afirmativa podem ser os resultados indiretos da presença do Laboratório Brasileiro de Design, no microcosmo do norte da Ilha de Florianópolis. Em seus dez anos de existência atraiu mais de 200 pesquisadores de todo o mundo. A pequena movimentação da economia local fora do veraneio, mas principalmente o retorno em termos de turismo qualificado são benefícios que foram obtidos pela existência de um centro de excelência em inovação e design que formava, sem saber, “embaixadores da lha”.
Parques tecnológicos constituem-se em uma alternativa para abrigar experimentos inovadores incrementais e revolucionários. Projetos adequados ao perfil do design territorial, capazes de incorporar a dimensão sócio-cultural e ambiental como fator estratégico.
No Brasil existem algumas dezenas de lugares que reúnem estas condições, apenas para citar duas: Foz do Iguaçu e Garanhuns.
Em tempo: Durante o Primeiro Fórum Mundial das Indústrias Criativas que acontecerá em setembro em Monza / Itália a UNESCO anunciará a criação de um Laboratório de Inovação Cultural para os países em desenvolvimento.

2 de agosto de 2009

Informação utilissima


A sinalização interna do aeroporto de Bajajas em Madri inova ao incluir o tempo de deslocamento a pé dos passageiros, daquele ponto até os terminais, identificados por letras (K, J; H; M...).
Informação utilíssima quando se chega a um terminal e se deve sair por outro. Em um ambiente desconhecido, gigantesco, repleto de lojas o poder de dispersão é grande e o tempo entre os vôos em geral pequenos. Isso somado cria a possibilidade do passageiro perder seu horário se não souber o tempo de deslocamento entre um ponto e outro do aeroporto.

A foto pequena dificulta a visualização desta informação (clique na foto para ampliar) que é: H 30 min, J 23 min; K 30 min e M 16 minutos, que conferi com o cronômetro do meu relógio.

15 de julho de 2009

Para os fãs da escrita caligráfica

Do limão fazem mais do que uma limonada


A Costa Amalfitana na Itália é considerada pela UNESCO como uma paisagem cultural. Isso ajuda a preservar um patrimônio que é de todos. Porém os que moram lá, e que não exploram os serviços relacionados diretamente com o turismo, devem buscar outras fontes de renda. Nesta região cultivam-se há milênios os maiores e mais perfumados limões da terra, fruto do solo vulcânico e do sol do mediterrâneo. Em um dos metros quadrados mais caros do planeta é um luxo usar o solo para o cultivo de limões. Contudo deles desenvolveram-se centenas de empreendimentos artesanais e industriais. O produto mais típico é o Limoncello. Delicioso digestivo feito com a casaca do limão para beber gelado. A imagem do limão é um ícone forte, presente também no artesanato, cujos expoentes são as cerâmicas pintadas à mão e a marchetaria, mas também na cosmética e na decoração. Um exemplo a ser seguido.

Evento sobre Design Urbano no México

21 de junho de 2009

Três maneiras de ver Roma

Em 1972 com a curiosidade de um viajante, em 1984 com a apreensão de um estudante e agora em 2009 com atenção na cultura. Viajar deve ser para aprender, jamais para comparar.

28 de maio de 2009

O pensamento gráfico precede o pensamento do produto

Já dizia Jens Bernsen: Design? Defina primeiro o problema! O produto é, portanto, a solução tangível de um problema. O produto é fruto de construções mentais sucessivas de muitas imagens gráficas que representam ou simbolizam “o problema”.
Um dos primeiros passos antes da decisão sobre a forma é a decisão sobre sua identidade.
O que aquele produto irá representar para as pessoas? Sua função ou utilidade? Se o produto for mais do que a satisfação de uma necessidade então vale a pena falar da cumplicidade, da afetividade e do desejo. Estes sentimentos nascem de imagens mentais, que nós designers, traduzimos automaticamente em imagens gráficas para tornar mais fácil seu armazenamento mental. Todo produto deveria nascer com o desejo de contar uma história. Seja sobre suas origens, seja pelo seu destino.
Suas origens pertencem a um determinado contexto cultural com todo seu inventário simbólico e iconográfico. Este conjunto extraordinário de referências únicas e singulares que torna cada lugar diferente de todos os demais. Por aí devemos começar nosso trabalho. O destino de um produto é o espaço cultural onde ele viverá. Às vezes origem e destino são compatíveis. Isso torna mais fácil nosso trabalho. Quando não são compatíveis temos de optar qual linguagem iremos utilizar. A linguagem da origem ou a linguagem do destino? Desde que essa linguagem não seja a nossa, cuja tentação narcísea às vezes oferece como alternativa... No caso do produto artesanal o mais importante é incorporar plenamente os elementos culturais de seu lugar de origem. Seu destino será o espaço reservado por aqueles que valorizam e cultivam a cultura de um lugar. No produto industrial ocorre justamente o contrário. Nosso desafio é encontrar seu nicho cultural, que quanto mais amplo for, maior será o mercado e conseqüentemente maior será a concorrência. A alternativa é conseguir customizar cada unidade, tornando-a única e singular, compatível com seu usuário, diante de seus milhares de cópias iguais.

26 de maio de 2009

UFC cria curso de Design de Produto no Cariri

No dia 22 de maio a Universidade Federal do Ceará criou o Curso de Design de Produtos na região do Cariri.
Segundo Edianny Lima, Secretaria do DCE/UFC “o curso terá inicio no primeiro semestre letivo de 2010, com vestibular de acesso em 2010. Segundo o projeto de criação do curso, esse será noturno e se insere no âmbito dos cursos da área de produção, cultura e design e forma o tecnólogo em design de produtos. Esse profissional será responsável por elaborar e gerenciar projetos de produto variados como: embalagens, móveis, jóias, calçados, considerando a vocação regional. A importância de se ter escolhido o Campus do Cariri reflete-se na notoriedade da região em ser palco de diversas manifestações artísticas, de tradições religiosas e da própria diversidade cultural. Sendo um grande celeiro cultural do Ceará, além de ser também umas das cidades mais populosas do nosso Estado e com grande movimentação de mercado. Atualmente, é o pólo cearense que mais se destaca em indústrias de calçados, compreendendo-se os municípios de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. E são gerados cerca de 9 mil empregos nessa área. Já no referencial de jóias, Juazeiro do Norte é a terceira maior produtora de folheados do Brasil. Segundo a UFC, foi no contexto de ir de encontro com a vocação da região e de se poder levar especialização aos profissionais da área e poder trabalhar o potencial da região. Agora é dever dos envolvidos estarem participando de forma atuante e poder ajudar a construir esse projeto, já que é um curso novo e a sua formação inicial irá ser muito importante para o desenvolvimento do mesmo” .
Resta saber quem serão os professores !

8 de maio de 2009

A Cara do Cariri


Expedito Seleiro é um mestre artesão do couro. Seus produtos possuem um traço inconfundível e definem uma parte da linguagem gráfica do Cariri. As fontes tipografias e as xilogravuras utilizadas pelo Cordel são outras importantes referências. A paleta cromática está no colorido dos bonecos de madeira que brotam do imaginário dos artistas populares. Soma-se a isso a imensa disponibilidade de mão de obra e temos a base para a criação de uma oferta seletiva de produtos com a “Cara do Cariri”.