27 de outubro de 2011

Prestando contas com o CNPq

Promessas e metas cumpridas em 20 meses.

Creio ter cumprido com meu propósito de pagar, em parte, a dívida que tenho com o CNPq por tudo que me proporcionou na vida. Sinto que estou perto de poder afirmar que os compromissos que assumi desde que retornei a Brasília assim como as metas que estabeleci foram todas alcançadas.

As principais promessas e ações, sobre as quais procurei imprimir a visão estratégica do design, inscritas no âmbito de minha atuação enquanto gestor de recursos humanos, foram:

1. Transparência e abertura ao diálogo
A porta da sala da coordenação geral permanentemente aberta como demonstração de receptividade e transparência. Todas as solicitações de reuniões ou debates feitas por servidores isolados ou em grupo imediatamente atendidas foram a constância e espelho da filosofia de trabalho.

Os três primeiros dias da nova gestão foram dedicados ao Planejamento Estratégico da CGERH com a participação de todos os servidores e colaboradores lotados na área.

Por nossa iniciativa foi recomposto o Fórum dos Coordenadores Gerais. A intermediação efetiva do diálogo dos servidores com a alta direção.

A criação da rede social interna, Entrenós, como veiculo de participação e debate e de incremento das relações interpessoais.

3. O compromisso com os servidores
A implantação do mestrado e doutorado “in company” permitindo 15 admissões ao doutorado junto com o consorcio de Universidades do Rio Grande do Sul e 15 admissões ao mestrado junto com o CDS/UnB atendendo antiga aspiração dos servidores.

Os investimentos na atualização profissional dos servidores, através da organização e oferecimento de cursos, palestras técnicas, e apoio à participação em eventos e congressos com recursos duplicados do Programa de Capacitação.

A avaliação e o monitoramento permanente do grau de satisfação e eficiência no trabalho com o desenvolvimento e aplicação semestral de uma ferramenta de pesquisa estruturada e disponível na Intranet.

A proposição do projeto “Memória do Servidor” para registro da história oral na visão dos servidores aposentados ou em vias de se aposentarem.

A proposição dos “Círculos da Saúde”, de auto-monitoramento, apoiadas por médios, psicólogos e fisioterapeutas.

Resgate da filosofia de "Gestão por competência" atuando na mediação dos processos mais dificeis de movimentação de pessoas, procurando compatibilizar os interesses institucionais com as expectativas e competências individuais.


4. O compromisso com a instituição
A realização de concurso público e a admissão de 96 novos servidores.

A coordenação das atividades alusivas aos 60 anos do CNPq

5. Compromisso com a inovação
A criação e realização dos Primeiros Jogos Internos do CNPq como processo de adaptação às mudanças, melhoria do clima organizacional e incremento das relações interpessoais.

A criação do Passaporte Cultural como atividade de integração em 2012.

A proposição do lançamento de um Edital direcionado às Industrias Criativas (aprovada pela DEX).

A proposta de um projeto institucional para maior aproveitamento do Capital Intelectual disponível na instituição para ampliação da cooperação técnica e intercambio internacional.

A realização de todas essas ações somente foi possível graças ao apoio da Diretoria e da Presidencia do CNpq, dos colegas do Fórum dos coordenadores que acreditaram em nosssas iniciativas e do corpo técnico da CGERH que com competência, comprometimento e disposição tornaram possível colocar tudo isso em prática. A todos eles meus sinceros agradecimentos.

21 de outubro de 2011

A Nona Inteligência

Se Howard Gardner, o autor da “Teoria das Oito Inteligências”, tivesse vivido no Brasil, provavelmente teria descoberto a Nona Inteligência. Aquela típica de nosso temperamento luso-tropical, forjada desde os tempos da colônia, construída sobre a ética do compadrio e do conluio, das vantagens obtidas com a prática de favores e da ocupação dos espaços vazios que nenhuma legislação soube coibir.

Um exemplo típico dessa Nona Inteligência é a capacidade, quase infinita, do brasileiro contornar as leis e as normas com seu “jeitinho” esperto e malandro. É a Lei do Gerson. Para os que não se lembram, logo depois da Copa de 70, em um comercial de televisão, o famoso centro-avante da seleção canarinho dizia que sua opção por determinada marca de cigarros era fruto de sua filosofia, traduzida na frase “Gosto de levar vantagem em tudo, certo?”. Errado, respondeu o Brasil em coro, retirando a propaganda do ar e estigmatizando o pobre Jogador que apenas repetiu numa frase idiota, que publicitários idiotas, fizeram sair de sua boca. Como ilustra o wikipedia “ O fato é que a Lei de Gérson acabou sendo usada para exprimir traços bastante característicos e pouco lisonjeiros do caráter nacional, associados à disseminação da corrupção e ao desrespeito a regras de convívio para a obtenção de vantagens pessoais”.

Os anos se passaram e a Rede Globo importa da Holanda um “Reality Show” aqui rebatizado de BBB, cuja essência consiste em colocar um grupo de pessoas em uma casa, em um convívio forçado, numa espécie de “jogo” onde tudo vale. É a lógica do vencer a todo custo, não importando o sentimento dos demais, a ética e a moral.

Para consertar os estragos feitos em nossa frágil moral coletiva serão necessários anos de reeducação e de permanente indignação.

Rui Barbosa em um famoso discurso no Senado Federal, proferiu há quase cem anos uma frase que continua atual nos dias de hoje: ”De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

12 de outubro de 2011

Prêmio SEBRAE TOP 100 do Artesanato


Chega a sua terceira edição o Prêmio que criamos para o SEBRAE em 2006, cujos objetivos são:
• Identificar, premiar e divulgar os casos de maior sucesso na área do artesanato, apontando as 100 melhores unidades de produção cujos produtos transcendam os aspectos puramente estéticos e culturais, colocando em evidência o compromisso social, econômico e ambiental.
• Dispor de informações atuais e confiáveis sobre a realidade do segmento artesanal, permitindo a tomada de decisões sobre a oportunidade e necessidade de projetos e ações para o desenvolvimento sustentável do setor artesanal.

Período de inscrições: De 03 de Outubro a 30 de novembro de 2011

Capacitação dos gestores: 17 e 18 de outubro de 2011
Capacitação dos consultores: 28 e 29 novembro de 2011
Visitas de consultores as unidades: De 10 de janeiro a 30 de março de 2012
Entrega de relatórios dos consultores ao SEBRAE estadual: Abril de 2012
Divulgação dos resultados: Junho de 2012
Evento de premiação e rodada de negócios: Agosto de 2012

http://www.top100.sebrae.com.br/

9 de outubro de 2011

Todas las canciones hablan de mi


“Todas as canções falam de mim” é um surpreendente e bonito filme espanhol, dirigido por Jonas Trueba, que rompe com alguns paradigmas sobre o tempo que uma cena pode durar na tela, entre outras pequenas proezas. Tentar falar do filme é recordar com carinho de dezenas de momentos surpreendentes.

Romero, o personagem principal, esta saindo de uma relação de seis anos. Para ele não está sendo fácil colocar a vida de novo nos trilhos. Seu mundo, seus desejos, suas dúvidas e suas memórias são simples e comuns. Por isso todos se identificam com ele e se reconhecem em seus sofrimentos e angustias. O drama convive com o humor todo o tempo, principalmente com a figura de Lucas, o tipo de amigo que todos nós gostaríamos de ter, sincero, engraçado e humano.

A trilha sonora é de uma qualidade extraordinária, desde a fidelidade aos ruídos simples do cotidiano, como o mastigar de cereais, até o processo de sintonia no rádio de uma música cafona, que toca do principio ao fim, com um Ramiro estático e de costas ouvindo e curtindo sua letra e nos fazendo lembrar de situações idênticas que já vivemos.

As falas dos personagens são as mesmas que já ouvimos da boca de nossos amigos, exprimindo sentimentos com os quais todos nos identificamos, ou fazendo citações geniais. “Todas as cartas de amor são ridículas, porém mais ridículos são aqueles que nunca as escreveram” disse Fernando Pessoa.

O final, uma inesquecível cena de 3 minutos de duração com a música crescendo enquanto Ramiro decide abrir o jogo com Andréa, é arrebatadora e nos deixa com a sensação de que a vida real é mais interessante e charmosa que a maioria das produções de Hollywood.

6 de outubro de 2011

O Design e as tabelas nutricionais


Vivemos em uma Aldeia Global como antevia Marshall MacLuhan nos anos setenta.
Temos hoje a disposição um universo jamais imaginado de informação disponível em tempo real, ao simples toque de um dedo. O Google como ferramenta eletrônica de buscas na internet é hoje uma espécie de “oráculo” devido a sua infinita capacidade de processamento de informações digitais com razoável grau de confiabilidade. O tradutor automático de línguas estrangeiras, inclusive com reconhecimento de voz, já é uma realidade.

Todas estas novas invenções do gênio humano criaram na prática essa aldeia global. Principio da mudança, a mais profunda, na história da humanidade, cuja dimensão mal se consegue hoje imaginar. A idéia decorre do progresso tecnológico reduzindo o mundo à dimensão de uma aldeia onde todos se comunicam com todos, eliminam-se as distâncias e barreiras, e se multiplica exponencialmente o poder do índivíduo.

Os sinais desta mudança no curso da história já são percebidos. No Oriente Médio as revoluções recentes nasceram do twitter. Os internautas de todo o mundo descobriram o poder de sua voz e com isso emerge um sentimento de cidadania global. Quando se rompem as barreiras da comunicação às mudanças sociais surgem como conseqüência. Os indivíduos passam a exigir seus direitos, dentre eles o direito de segurança, sobretudo aquela que privilegie a vida ao invés da propriedade.

A necessidade de comunicação é uma característica nata do ser humano, que desde as cavernas da pré-história deixa as marcas de seus ritos de passagens, cujos significados perderam-se no tempo. Na ausência de uma linguagem escrita nossos ancestrais se valiam de símbolos para expressar e transmitir aos demais seus propósitos ou feitos. Formas geométricas, orgânicas, antropomorfas ou zoomorfas deixaram indícios, mas não certezas sobre seus significados.

Nas sociedades mais desenvolvidas os símbolos fazem parte de sua cultural e representam um conceito, sem a precisão da palavra escrita. A presença ostensiva destes símbolos possui significado e valor. A força de uma imagem, impregnada na memória das pessoas, é a certeza de seu poder de comunicação. Da cruz do Cristianismo a suástica do Nazismo como exemplos diametralmente opostos de credos e intenções, a sociedade foi construindo no imaginário coletivo uma linguagem universal.

Em qualquer país o desenho de uma caveira representa a morte, mesmo que seja como uma broma mexicana, assim como o desenho de um raio como símbolo da eletricidade, são exemplos clássicos da capacidade da comunicação não verbal para expressar o perigo.

Os avanços científicos que permitiram a possibilidade de divisão do átomo, criando a energia atômica obrigaram a criação de um pictograma como o símbolo da radioatividade, de compulsório uso universal, constituído de três segmentos de um círculo.

O vermelho, amarelo e verde nos semáforos de todo o mundo parte desta necessidade de uma informação inequívoca relacionada a preservação da vida.

O mesmo esforço fazem os aeroportos de todo o mundo, buscando adotar a mesma iconografia básica, construindo-se aos poucos um repertório visual-simbólico universal

Em breve a sociedade começará a exigir, por meio de seu maior instrumento que é o poder de compra, que os produtos alimentícios industrializados tenham informações claras e compreensíveis sobre seus possíveis efeitos no organismo humano.

Um saquinho de batatas fritas ou de pipocas teria estampando em sua embalagem ícones representando gordinhos cuja tamanho ou quantidade repetida do icone seria proporcional a taxa de gordura saturada encontrada no produto. Corações riscados ao meio como sugestão de elemento gráfico indicaria a quantidade de sódio, apenas para citar dois exemplos.

As tabelas nutricionais cumpriram um papel relevante de abrir a caixa preta dos alimentos, mas seu conteúdo é incompreensível pela maioria da população, principalmente nas regiões e países mais pobres.

A hipótese de uma iconografia específica e aplicável nas embalagens de alimentos, traduzindo simbolicamente os efeitos sobre o organismo é bastante promissora. Embora já se antevejam dificuldades para sua implementação, devido às legislações e normas ainda vigentes. Um desafio para a ANVISA.