4 de dezembro de 2018

Abertura da Feira Internacional de Economia Criativa em João Pessoa


Há um ano atrás João Pessoa foi reconhecida pela UNESCO como Cidade Criativa do Artesanato e da arte popular. Esse reconhecimento foi fruto de um trabalho de pesquisa e de prospecção sobre as vocações, potencialidades e visões de futuro para a cidade, aportada por seus dirigentes e representantes de instituições públicas, acadêmicas e da sociedade civil.

Ao conceder esse titulo para João Pessoa, a UNESCO reconheceu o esforço realizado nos últimos cinco anos em projetos de importância e impacto social, como é o caso do Programa João Pessoa Artesã, idealizado e conduzido pela primeira dama Maisa Cartaxo.

O dossiê apresentado na candidatura da cidade apontava os ativos culturais existentes nas duas esferas de poder; o potencial da cidade como pólo de escoamento de uma produção artística rica e diversificada, fruto de anos de trabalho realizado pelo Programa Estadual de Artesanato, mas também, e sobretudo, as propostas e compromissos para os próximos cinco anos. Estas propostas incluiam a criação de uma infraestrutura de equipamentos contemplando todo a criação, a produção e a comercialização de uma oferta nova, diversificada e culturalmente comprometida de bens simbólicos, em especial, de um artesanato qualificado. A criação dessa nova oferta seria de responsabilidade do Laboratório de Inovação Cultural; a produção na Fábrica Social de Artesanato e a comercialização e promoção no Celeiro Criativo, inaugurado em janeiro desse ano sob a responsabilidade de Lucia França e sua dedicada equipe. 

São três equipamentos inovadores, impactantes e reproduzíveis em outras cidades, razão de ser da Rede Mundial de Cidades Criativas, que é o compartilhamento das melhores práticas, a cooperação e o intercâmbio. Exemplo prático dessa cooperação já iniciada são os projetos “Saberes e Sabores da Paraiba” e “Cartografia das Singularidades Culturais” ambos realizados com o imprescindível apoio e patrocínio do SEBRAE Paraiba e coordenados por especialistas de duas cidades criativas do design: Cidade do México e Puebla, respectivamente Carlos Alvarado e Mariana De La Rosa, ambos presentes nessa solenidade.

Ao contemplar um ano de pertencimento a Rede Mundial de Cidades Criativas, João Pessoa vem cumprindo e superando os compromissos pactuados com a UNESCO. Propôs e realizou o primeiro Encontro das Cidades Criativas do Brasil e, fazendo-se presente, por sua autoridade municipal máxima o Prefeito Luciano Cartaxo, na reunião anual na Polônia, demostrando assim seu compromisso com a UNESCO e sua visão de futuro, resumidos em dois videos bilíngues.

João Pessoa esteve presente também  no XI Encontro Iberoamericano de Artesanato, em San Miguel Allende no México e na Assembléia do Conselho Mundial de Artesanato, em Montevideu, onde a Paraiba obteve três dos quatro prêmios concedidos ao Brasil como reconhecimento da Excelência Artesanal nos países do Cone Sul, outorgados  à Mestre Valentin, Joca dos Galos e Redes Santa Luzia.

Todas essas ações foram fruto da sintonia de ideias e propostas apresentadas e debatidas no grupo gestor do Programa João Pessoa Criativa tendo a sua frente o incansável trabalho da Focus Point Marielza Rodrigues do Sebrae.

Para fechar com chave de Ouro esse primeiro ano de atividades como Cidade Criativa do Artesanato,  João Pessoa realiza com esse evento, que hoje se inicia, prova de sua capacidade de articulação multi-institucional. A aliança de esforços e recursos financeiros aportados, em especial pelo Sebrae, Prefeitura, UFPB e Instituto Federla de Educação, mas também, os recursos humanos e institucionais aportados pela Universidade Federal de Campina Grande, Unipê; Federação das Industrias, Senai, Sesc e Fecomercio, foram fundamentais e sem os quais esse evento não teria sido possível.

Parenteses especial deve ser feito ao papel estratégico do SEBRAE PARAÍBA em todo esse processo, parceiro desde a primeira hora, em especial à Regina Amorim e toda a diretoria executiva que souberam captar esse novo “espirito do tempo” de colaboração e aposta na inteligência e na criatividade como os ativos fundamentais para o desenvolvimento sustentável. Conseguiram com o SEBRAE Nacional o aporte de recursos que viabilizaram a realização desse evento e já garantiram recursos para a realização de outra Feira no próximo ano, bem como ações para o desenvolvimento de negócio criativos nos segmentos da múcica, audovisual, design, Startups digitais, tecnologia da informação e comunicação.

A Primeira Feira Internacional de Economia Criativa foi pensada, desde o principio,  para ser acolhida na Estação Cabo Branco, esse grandioso equipamento púbico dirigido com competência por Marianne Góes e sua equipe, cujo suporte técnico e operacional é de um valor não dimensionável.

A feira estará aberta de terça à sábado, das 14 às 21 horas, recebendo em seus espaços o melhor do artesanato, do design, do cinema, da música e da gastronomia. Para cada um dessas áreas, hoje conhecidas como Indústrias Criativas, teremos um salão. São eles: Salão Internacional do Artesanato, coordenado pelo SEBRAE e pelo Programa do Artesanato Paraibano com a curadoria de Lu Maia, além da presença do Celeiro Criativo mostrando o que de melhor a Paraiba produz na arte popular e no artesanato. O caráter internacional do Salão  está na presença do artesanato do Chile, Colômbia, Equador,Peru e México com destaque ara a presença das cidades de Querétaro e San Cristobal de las Casas, cidade UNESCO do Artesanato.
O Salão do Design, com a realização da primeira edição do Prêmio de Design da Paraíba, ficou sob  a responsabilidade dos coordenadores dos cursos de design da Paraíba, representados pelo Professor Kleber Barros da UFPB. O Primeiro Salão de Design realizada na Paraiba foi pensando como modo de revelar os novos talentos e divulgar os melhores projetos aproximando assim a oferta com a demanda de design. Os prêmio serãp conceidos pelos votos de um juri técnico e o voto dos visitantes.
O Salão da Música, em sua oitava edição, coordenado por Rivaldo Dias, programou diversos shows e oficinas criativas explorando a música como linguagem identitária.
O Salão Internacional do Cinema, com a exibição de filmes de todas as cidades criativas do Cinema da UNESCO, além de uma excepcional produção local. Esse Salão, coordenado pelo professor João de Lima, da UFPB, somente foi possível graças a colaboração da Cidade de Santos, Cidade Criativa do Cinema, e que será sede da reunião Anual da Rede da UNESCO em 2020, com um especial agradecimento a focus point Niedja dos Santos.
Somado-se a esses alimentos para a alma, teremos também alimentos para o corpo, com a Salão da Gastronomia, coordenado pela Professora Marisete Fernandes de Lima, da UFPB e da Feira de Agricultura Familiar coordenada pelo IFPB/FUNETEC, assessorados pelo consagrado chef Onildo Rocha.

Na retaguarda, para que tudo isso fosse possivel, contamos com o trabalho entusiasmado,  competente e voluntário de dezenas de pessoas, representadas por duas delas: Debora Carvalho e Daniel Rendón.  

Agradecemos a presença de nossos convidados internacionais representados por Manoel Ernesto, da Rede Defacto da Colômbia; Ines Maré, da Fábrica de Design da Argentina; Patricia Bellon da Empresa Etniko da Espanha, Karina Trejo Acuña diretora do Programa de Artesanato do Estado de Queretaro no México, de Indrassen Vencatachelum Presidente da RIDA Rede Internacional para o Desenvolvimento do Artesanato com sede na França e de Antonio Betolaza, Presidente do Conselho Mundial de Artesanato para a América Latina.

João Pessoa cumpre, com a realização dessa Feira, um de seus compromissos com a UNESCO, e aponta um caminho que pretende seguir. O caminho do desenvolvimento sustentável, pautado na capacidade humana de superação de seus problemas com inteligência e criatividade. Mais que opção de sobrevivência para a espécie humana, o desenvolvimento sustentável deve ser equitativo, socialmente justo, culturalmente diferenciado e economicamente viável. Um  compromisso inalienável com as gerações futuras.

Em nome da organização desejo à todos uma boa Feira, boas compras, bons negócios e bons momentos de amizade, lazer e cultura.





Entrevista Buenos Aires


1.       ¿Cómo ha evolucionado el rol del diseñador hasta hoy en los últimos  
10 años?
La divisón clásica del diseño en tres grandes campos de actuación: gráfico, producto e interiores, ya no se sostiene más. Prueba de eso es la fusión de las tres grandes asociaciones internacionales, ICSID de los diseñadores industriales, el ICOGRADA de los diseñadores gráficos e el IFI de los diseñadores de interior en una solo respresentación global: el WDO –Word Design Organization. Las escuelas de diseño más sintonizadas con las demandas del mercado, ya no ofrecen cursos con especializaciones pre establecidas. Frente a las inumerables especializaciones, que el mercado demanda, ofrecen apenas las bases del diseño, dejando que los alumnos elijan sus propios caminos, pues lo que diferencia una especialidad de diseño de las otras es solamente el conocimiento y el dominio de procesos de producción, ya que el método proyectual y creativo es el mismo. El diseño esta dejando de ser una profesión para ser una estratégia de acercamiento de los problemas de alta complejidad, que necesitan de respuestas innovadoras e disruptivas. Distinto de las demás actividades proyectuales que parte de la observación y análisis de las partes constituyentes de un problema para la comprensión del mismo en su totalidad, el diseãndor parte del todo para llegar a los detalles. Antes de preocuparse por la eficiencia de un producto, mensaje o servico el diseñador empieza por cuestionar la necesidad, la función y la utilidad de esas cosas.

2. ¿Qué habilidades considera debería tener un diseñador en la actualidad?
Diseñar es proyectar nuevas realidades y por lo tanto el diseñador necesita tornar el  invisible, visible. Para eso necesita dominar todos los lenguajes de comunicación, sean gráficos, digitales, tridimensionales, verbales y hasta corporales. Necesita conocer y comprender los fenómenos físicos, los materiales y procesos de producción, los usos y costumbres de la sociedad para la cual estará trabajando; las necesidades, aspiraciones, anhelos y deseos de los individuos. Sumado a esto, debe posser un sentimiento de pertencimiento a una determinada cultura, como su patrimonio inalienable, capaz de hacer la diferencia en un mundo cada vez más igual y homogeneo. Y por fin, necesita de una autoestima elevada que aporte la coraje necesario para enfrentar el desconocido y proponer soluciones nuevas y osadas, capaces de cambiar comportamientos para el bien común.

3. ¿Qué cree que debe mejorar el ámbito académico en cuestión de  
formación de profesionales y la producción del conocimiento?
Las universidades deben fomentar una actuación equitativa y cooperativa en sus tres campos de actuación: la enseñanza, la investigación y la extensión, en un processo continuo de retroalimentación. De simples provedoras de diplomas las escuelas de diseño se deberian preocupar más en formar profesionales competitivos y ciudadanos conscientes de los profundos cambios en la sociedad y en el medio ambiente de los cuales somos responsables y protagonistas principales. Estimular el intercambio y la cooperación con otras universidades confrontando métodos y herramientas; oxigenando los contenidos con otras experiencias, abriendo sus puertas para la actualización profesional de los egresados.  Los maestros cambiar su postura de de transmisores de conociemientos para decodificadores de repertórios culturales. Hacer más que dar respuestas para las inquietudes de los alumnos, los profesores deben hacer preguntas que estimulen la reflexión y la toma de consciencia.   
¿De qué  manera el diseño puede incorporar metodologías y procesos de  
investigación de las ciencias? (sociales y naturales)
La base de cualquier proceso de toma de decisión son los conoscimientos adquiridos en la confrontación de la información, que por su vez son fruto de la análisis de datos actuales y confiables. Conocer la realidad de un determinado contexto humano o natural exige técnicas y herramientas adecuadas, muchas ya consagradas por las ciencias, capazes de identificar la matriz cultural de un determinado territorio y decodificando los repertorios sensitivos y emocionales de su habitantes. Cuando el diseño coloca el ser humano como centro de atención necesita conocer sus hábitos, necesidades, deseos y aspiraciones. La ergonomia, la antropomentria, la etnografia, la sociologia, la antropologia aportan conoscimientos indispensables para el diseñador.


4. ¿Cómo ha evolucionado el trabajo del diseño en territorio en los  
últimos 10 años? Cuáles han sido los aprendizajes?
La primera lección es que no existen dos lugares iguales. Cada territorio es definido por sus singularidades culturales. No importa cual sea el problema, la solución pasa por las condiciones existentes y ofrecidas en el espacio de intervención. Conocer un territorio empieza por una escucha sensible, entrevistando los actores locales, separados en grupos por afinidad: especialistas, memória viva, memória visual y formadores de opinión. De esas encuestas identificar las vocaciones,  el potencial y las visiones de futuro de sus habitantes. Las intervenciones deben impulsar los atributos positivos y las fortalezas identificadas en vez de intentar disminuir o eliminar las deficiencias, ya que exige muchos más recursos y energía.     

5. ¿Cuáles son las oportunidades y desafíos del diseño para la región?
Vivimos en un mundo dominado por los bienes simbólicos, donde los productos y servicios tienen un precio determinado, no por su valor intrinseco en cuanto mercancia, sino por su valor simbólico. Por eso el diseñador debe valerse de su repertorio cultural, único y singular para proponer algo distinto y deseable. El mercado, hoy por hoy, se configura como una cola larga donde todos pueden encontrar un nicho de oportunidades. En vez de proyectar para las industrias, el diseñador pasa a ser el productor de sus propias ideas. En todos los campos de la actividad humana veo oportunidades para el diseño. Nuestro modo de pensar se transformó en la nueva estratégia empresarial y mercadológica, en la cual se utilizan metodologías y herramientas de lo que se denomina “design thinking” para salir de la zona de confort pautada por la innovación, con el fin de buscar  innovación radical y/o disruptiva.  De la oferta de alimentos a la construccion civil, donde en ambos casos se desperdicia una cuarta parte de lo que fue producido por falta de diseño, hasta los servicios esenciales de salud, mobilidad, educación y seguridad pública, existen demandas reprimidas en la espera de soluciones innovadoras y factibles. Especificamente en el campo del diseño de indumentaria es importante considera-la como nuestra segunda piel, cada vez mas inteligente, sensible, individual, exclusiva, confortables y adaptable a las condiciones externas, además de ser la cascara, la embalaje, la parte visible de nuestra identidad.

3 de dezembro de 2018

Abertura da Segunda Jornada Iberoamericana de Design e Artesanato



Naquele ano  de 1999 eramos muitos, de muitos países, preocupados com o futuro do artesanato em um mundo cada vez mais globalizado. Sonhamos sonhos possíveis, alertando para o risco da perda de identidade e do necessário esforço de prover os meios necessários para que o desenvolvimento se fizesse de modo harmônico.
Reconhecemos a importância do design como instrumento de inovação e preservação da cultura local, expresso em um longo capitulo nos anais do evento.
Dos que firmaram esse documento histórico, muitos já se foram, restando aqui e agora apenas eu e Manuel Ernesto como testemunhos de um momento onde o artesanato deixava de ser uma preocupação relacionado ao bem estar social, para uma dimensão mais ampla, economicamente viável e culturalmente responsável.   
Propúnhamos a criação de grupos de apoio permanente aos artesãos, apoiando todas as etapas do ciclo de produção. O Laboratório Brasileiro de Design - LBDI era nossa referência como grupo pioneiro na prática e difusão do design social. Os resultados de um projeto de pesquisa e desenvolvimento de uma coleção de produtos artesanais de referência cultural de Santa Catarina inspirou Artesanias de Colômbia, que nos convidou para propor uma politica de design para o artesanato.
20 anos depois são 33 Laboratórios de Design e Inovação, atendendo todos os 33 estados da Colômbia. Mais de 1.300 coleções de produtos desenvolvidos. Expoartesanias, a maior e mais importante Feira de Artesanato da América Latina, realizada sempre no mês de dezembro em Bogotá, tem hoje como critério de seleção a inovação e o vínculo cultural dos produtos que serão exibidos e comercializados.
O Artesanato no México, de excepcional riqueza, com expoentes únicos como as cerâmicas de Mata Ortiz ou os bichos e alebrijes de Jacobo em Oaxaca, que aparentemente prescindiram do design como protagonistas do processo de criação, não são tradições ancestrais. Foram fruto da inteligência de um homem, que as foi transmitindo e seduzindo outros a fazerem o mesmo, pois descobriram um nicho de mercado que hoje valoriza o autêntico e exclusivo produto. São verdadeiros designers autodidatas, capazes de criar um produto de sonho e desejo. Esses são dois exemplos das oportunidades existentes em uma mundo que privilegia os bens simbólicos, que valem não pelo seu valor intrínseco enquanto objeto, mas por seu valor intangível, aportado pela qualidade, pela confiabilidade, pela cumplicidade e pelo design.    
No Brasil, os últimos vinte anos foram os anos dourados para o artesanato brasileiro. O Programa de Artesanato do SEBRAE, criado com o apoio da Fundação Espanhola, em um histórico curso organizado em Ouro Preto, tomou como base o texto produzido e apresentado na primeira Jornada, como o Termo de Referência do artesanato.  
Pesquisas sobre a iconografia foram realizadas em praticamente todos os estados do Brasil. Do mesmo modo foram criados os núcleos de design e centenas de intervenções de êxito, feitas por muitos aqui presentes.
O projeto Talento do Brasil, que aproximou o artesanato da moda, criando memoráveis coleções, que hoje são peças cult é outro exemplo de programas de exito unindo design e artesanato.
Passamos a reconhecer os grandes mestres do artesanato e da arte popular e seu prestigio no mercado mundial, sendo o Mestre Expedito Celeiro e Dona Isabel do Jequitinhonha apenas para citar dois exemplos.
 Uma das maiores contribuições ao artesanato o SEBRAE deu ao criar o Prêmio TOP 100 do Artesanato brasileiro, que já realizou 4 edições tri anuais, criando uma cultura de aprendizagem na avaliação de produtos e provocando um salto de qualidade do artesanato brasileiro. Esse prêmio mudou a vida de seus ganhadores, pela visibilidade e promoção conseguidas.
Foi criando o Centro de Referência do Artesanato, único em se gênero no mundo, funcionando no Rio de Janeiro, que somados ao projeto “Brasil Original” e ao Premio Top 100 colocam o SEBRAE como principal protagonista na promoção do artesanato brasileiro em todo o continente e talvez no mundo ocidental.
Entretanto o segmento artesanal ainda é o elo mais frágil da economia criativa, necessitando de um suporte institucional para sua manutenção competitiva no mercado.
Toda essa massa critica acumulada deve ser compartilhada para aqueles que virão. Essa segunda jornada é uma espécie de passada de bastão, onde os princípios éticos que durante anos foram pactuados, sejam preservados.  Que as boas experiencias sejam continuadas e multiplicadas. Que novos Laboratórios sejam criados como forma de apoio permanente ao desenvolvimento do artesanato de referência cultural.
Os processos exitosos de intervenção, cada um com suas abordagens próprias, ao serem compartilhados revelam-se novas estratégias, métodos e ferramentas de êxito, tais como as técnicas de escuta sensível que desenvolvemos com o objetivo de decodificar as memórias afetivas dos habitantes do lugar, sua matriz cultural, suas vocações, potencialidades e desejos de sua visão de um futuro possível e desejável.
Vejo esse evento como um novo marco, pautado pela cooperação e pelo intercâmbio, compartilhando projetos e soluções. Sugiro que Fortaleza e Querétaro do México, duas cidades candidatas ao titulo de cidades criativas do design e do artesanato respectivamente, demostrem sua capacidade de colaboração organizando ações de continuidade, e em especial a próxima jornada, sem que se passem mais vinte anos. 
Os recursos são cada vez mais escasso para serem desperdiçados em tentativa e erro. O tempo é cada vez mais curto para reverter erros planetários. Somos hoje cidadãos do mundo, conscientes da necessidade de mudar os hábitos de consumo, se quisermos sobreviver como espécie. Temos um compromisso inadiável com nossa única morada, de passar de uma sociedade do desperdício para uma sociedade sustentável.
São 17 os princípios e práticas propostos pela ONU para o desenvolvimento sustentável. Adesivados até na porta do elevador do SEBRAE.
1999 era o segundo ano de funcionamento do Centro de Design do Ceará, pioneiro na introdução do ensino do design no Estado. Pioneiro em sua forma de ensinar o design descritas em dezenas de artigos. O CDC foi considerado, em uma pesquisa feita pela Universidade da Flórida, como a experiência mais relevante no ensino do Design junto com a Universidade de las Américas em Puebla. Relatar a experiência do CDC, exigiria um tempo que não disponho nesse evento. A primeira jornada de design e artesanato  foi organizada pelo CDC, demostrando dessa forma seu compromisso com o design social e culturalmente responsável.
O design e o artesanato provaram nesses 20 anos que quando bem realizados conseguem deixar sua marca na  vida daqueles que dele dependem. É verdade que muitos não tiveram sucesso e ainda lutam por sobreviver. Mas as soluções exitem, já foram testas, e custam pouco. Custam apenas  desejo político de realizá-las. Quem sabe, se com o desejo de Fortaleza ser uma cidade criativa da UNESCO abra-se o espaço que se necessita de apoio à preservação das tradições, o estímulo a diversidade cultural, o apoio aos talentos criativos que anida não tiveram o espaço de expressão que merecem  e um casamento frutífero entre o saber e o fazer. Agora, e nos próximos 20 anos.
Vida longa ao artesanato e o design, juntos e misturados.