Há um ano atrás João Pessoa foi reconhecida pela UNESCO como
Cidade Criativa do Artesanato e da arte popular. Esse reconhecimento foi fruto
de um trabalho de pesquisa e de prospecção sobre as vocações, potencialidades e
visões de futuro para a cidade, aportada por seus dirigentes e representantes
de instituições públicas, acadêmicas e da sociedade civil.
Ao conceder esse titulo para João Pessoa, a UNESCO
reconheceu o esforço realizado nos últimos cinco anos em projetos de importância
e impacto social, como é o caso do Programa João Pessoa Artesã, idealizado e
conduzido pela primeira dama Maisa
Cartaxo.
O dossiê apresentado na candidatura da cidade apontava os
ativos culturais existentes nas duas esferas de poder; o potencial da cidade
como pólo de escoamento de uma produção artística rica e diversificada, fruto
de anos de trabalho realizado pelo Programa Estadual de Artesanato, mas também,
e sobretudo, as propostas e compromissos para os próximos cinco anos. Estas
propostas incluiam a criação de uma infraestrutura de equipamentos contemplando
todo a criação, a produção e a comercialização de uma oferta nova,
diversificada e culturalmente comprometida de bens simbólicos, em especial, de
um artesanato qualificado. A criação dessa nova oferta seria de
responsabilidade do Laboratório de Inovação Cultural; a produção na Fábrica
Social de Artesanato e a comercialização e promoção no Celeiro Criativo, inaugurado
em janeiro desse ano sob a responsabilidade de Lucia França e sua dedicada equipe.
São três equipamentos inovadores, impactantes e reproduzíveis
em outras cidades, razão de ser da Rede Mundial de Cidades Criativas, que é o
compartilhamento das melhores práticas, a cooperação e o intercâmbio. Exemplo
prático dessa cooperação já iniciada são os projetos “Saberes e Sabores da
Paraiba” e “Cartografia das Singularidades Culturais” ambos realizados com o
imprescindível apoio e patrocínio do SEBRAE Paraiba e coordenados por especialistas
de duas cidades criativas do design: Cidade do México e Puebla, respectivamente
Carlos Alvarado e Mariana De La Rosa,
ambos presentes nessa solenidade.
Ao contemplar um ano de pertencimento a Rede Mundial de
Cidades Criativas, João Pessoa vem cumprindo e superando os compromissos
pactuados com a UNESCO. Propôs e realizou o primeiro Encontro das Cidades Criativas
do Brasil e, fazendo-se presente, por sua autoridade municipal máxima o
Prefeito Luciano Cartaxo, na reunião
anual na Polônia, demostrando assim seu compromisso com a UNESCO e sua visão de
futuro, resumidos em dois videos bilíngues.
João Pessoa esteve presente também no XI Encontro Iberoamericano de Artesanato,
em San Miguel Allende no México e na Assembléia do Conselho Mundial de
Artesanato, em Montevideu, onde a Paraiba obteve três dos quatro prêmios
concedidos ao Brasil como reconhecimento da Excelência Artesanal nos países do
Cone Sul, outorgados à Mestre Valentin, Joca dos Galos e Redes
Santa Luzia.
Todas essas ações foram fruto da sintonia de ideias e
propostas apresentadas e debatidas no grupo gestor do Programa João Pessoa
Criativa tendo a sua frente o incansável trabalho da Focus Point Marielza Rodrigues do Sebrae.
Para fechar com chave de Ouro esse primeiro ano de
atividades como Cidade Criativa do Artesanato,
João Pessoa realiza com esse evento, que hoje se inicia, prova de sua
capacidade de articulação multi-institucional. A aliança de esforços e recursos
financeiros aportados, em especial pelo Sebrae, Prefeitura, UFPB e Instituto
Federla de Educação, mas também, os recursos humanos e institucionais aportados
pela Universidade Federal de Campina Grande, Unipê; Federação das Industrias,
Senai, Sesc e Fecomercio, foram fundamentais e sem os quais esse evento não
teria sido possível.
Parenteses especial deve ser feito ao papel estratégico do
SEBRAE PARAÍBA em todo esse processo, parceiro desde a primeira hora, em
especial à Regina Amorim e toda a
diretoria executiva que souberam captar
esse novo “espirito do tempo” de colaboração e aposta na inteligência e na
criatividade como os ativos fundamentais para o desenvolvimento sustentável. Conseguiram
com o SEBRAE Nacional o aporte de recursos que viabilizaram a realização desse
evento e já garantiram recursos para a realização de outra Feira no próximo ano,
bem como ações para o desenvolvimento de negócio criativos nos segmentos da
múcica, audovisual, design, Startups digitais, tecnologia da informação e comunicação.
A Primeira Feira Internacional de Economia Criativa foi pensada,
desde o principio, para ser acolhida na
Estação Cabo Branco, esse grandioso equipamento púbico dirigido com competência
por Marianne Góes e sua equipe, cujo
suporte técnico e operacional é de um valor não dimensionável.
A feira estará aberta de terça à sábado, das 14 às 21 horas,
recebendo em seus espaços o melhor do artesanato, do design, do cinema, da
música e da gastronomia. Para cada um dessas áreas, hoje conhecidas como Indústrias
Criativas, teremos um salão. São eles: Salão
Internacional do Artesanato, coordenado pelo SEBRAE e pelo Programa do
Artesanato Paraibano com a curadoria de Lu
Maia, além da presença do Celeiro Criativo mostrando o que de melhor a Paraiba
produz na arte popular e no artesanato. O caráter internacional do Salão está na presença do artesanato do Chile,
Colômbia, Equador,Peru e México com destaque ara a presença das cidades de
Querétaro e San Cristobal de las Casas, cidade UNESCO do Artesanato.
O Salão do Design,
com a realização da primeira edição do Prêmio de Design da Paraíba, ficou
sob a responsabilidade dos coordenadores
dos cursos de design da Paraíba, representados pelo Professor Kleber Barros da UFPB. O Primeiro Salão
de Design realizada na Paraiba foi pensando como modo de revelar os novos
talentos e divulgar os melhores projetos aproximando assim a oferta com a
demanda de design. Os prêmio serãp conceidos pelos votos de um juri técnico e o
voto dos visitantes.
O Salão da Música,
em sua oitava edição, coordenado por Rivaldo
Dias, programou diversos shows e oficinas criativas explorando a música
como linguagem identitária.
O Salão Internacional
do Cinema, com a exibição de filmes de todas as cidades criativas do Cinema
da UNESCO, além de uma excepcional produção local. Esse Salão, coordenado pelo
professor João de Lima, da UFPB,
somente foi possível graças a colaboração da Cidade de Santos, Cidade Criativa do
Cinema, e que será sede da reunião Anual da Rede da UNESCO em 2020, com um
especial agradecimento a focus point Niedja dos Santos.
Somado-se a esses alimentos para a alma, teremos também
alimentos para o corpo, com a Salão da
Gastronomia, coordenado pela Professora Marisete Fernandes de Lima, da UFPB e da Feira de Agricultura Familiar coordenada pelo IFPB/FUNETEC,
assessorados pelo consagrado chef Onildo
Rocha.
Na retaguarda, para que tudo isso fosse possivel, contamos
com o trabalho entusiasmado, competente e
voluntário de dezenas de pessoas, representadas por duas delas: Debora Carvalho e Daniel Rendón.
Agradecemos a presença de nossos convidados internacionais
representados por Manoel Ernesto, da
Rede Defacto da Colômbia; Ines Maré, da
Fábrica de Design da Argentina; Patricia
Bellon da Empresa Etniko da Espanha,
Karina Trejo Acuña diretora do Programa de Artesanato do Estado de
Queretaro no México, de Indrassen
Vencatachelum Presidente da RIDA Rede Internacional para o Desenvolvimento
do Artesanato com sede na França e de Antonio
Betolaza, Presidente do Conselho Mundial de Artesanato para a América
Latina.
João Pessoa cumpre, com a realização dessa Feira, um de seus
compromissos com a UNESCO, e aponta um caminho que pretende seguir. O caminho
do desenvolvimento sustentável, pautado na capacidade humana de superação de
seus problemas com inteligência e criatividade. Mais que opção de sobrevivência
para a espécie humana, o desenvolvimento sustentável deve ser equitativo,
socialmente justo, culturalmente diferenciado e economicamente viável. Um compromisso inalienável com as gerações
futuras.
Em nome da organização desejo à todos uma boa Feira, boas
compras, bons negócios e bons momentos de amizade, lazer e cultura.
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