31 de maio de 2010

Recortes


Revista eletrônica Design Brasil: Você foi editora dos livros do Laboratório Brasileiro de Desenho Industrial. Como foi essa experiência? Na sua opinião, há espaço no Brasil para o ressurgimento de algo similar ao LBDI?
Adélia Borges A experiência foi rica e curta. Terminou prematuramente por falta de recursos. O LBDI prestou um enorme serviço ao design brasileiro. Promoveu seminários internacionais memoráveis em que pudemos nos conectar com os colegas estrangeiros e nos conhecer melhor também. Acho que o vazio deixado pelo LBDI ainda está por ser preenchido.
20/06/2007

29 de junho - Dia Mundial do Design Industrial


Cartaz de Ivan Orin Vrkas & Bojan Kristofic (University of Zagreb, Croatia)

18 de maio de 2010

A realidade do artesanato não corresponde ao quadro que pintam

Grande parte daqueles que me seguem neste blog o fazem por interesse nos temas relacionados com o artesanato. Portanto, para estes escrevo hoje, mais como um desabafo do que como um especialista dando conselhos sensatos. Querendo ou não temos de avaliar o que representaram, nestes últimos anos, os investimentos realizados por organismos públicos e privados para o apoio ao artesanato e, o quanto isso representou em mudanças qualitativas na vida dos artesãos. Antes de tudo cabe lembrar que, atualmente, a renda média mensal na atividade artesanal não alcança um salário mínimo. Por outro lado podemos estimar, por baixo, que o investimento médio anual em cada estado da Federação não foi inferior a um milhão de reais, nos últimos dez anos. O melhor exemplo desta assimetria entre custo x beneficio são as feiras de artesanato. Os recursos necessários para realizar uma feira nacional de artesanato jamais se justificam frente às vendas realizadas. Se este dinheiro fosse transformado em poder de compra, seria muito mais relevante o resultado apurado, mudando o panorama de penúria que vive a atividade artesanal no Brasil. É certo que um dos maiores problemas do artesanato brasileiro é o escoamento da produção. Porém as feiras somente garantem a desova de estoques em venda de varejo. Os que conseguem firmar contratos futuros são uma exceção à regra que não ratificam os discursos de justificativas. Vivemos inventando a roda sem buscarmos apreender com outros países. Na vizinha Colômbia existe uma das maiores feiras artesanais do mundo, evento realizado sempre no mês de dezembro. Trata-se da “Expoartesanias”. Depois de uma década e meia constatamos seus erros e acertos sendo o mais expressivo seu faturamento diário beirando um milhão de dólares. Produtos inovadores focados na demanda interna – com a cara colombiana - parece ser seu segredo. Nós continuamos mirando na Europa, tentando interpretar o gosto alheio. Não podemos nunca nos esquecer que o artesanato tem um vinculo e compromisso com a cultura de origem, cujo consumo seja motivo de orgulho e admiração, antes de tudo, dos brasileiros.

17 de maio de 2010

O que representa participar de uma cooperativa artesanal?

Participar de uma cooperativa artesanal é compartilhar os mesmos valores, que são:

Confiança Mútua – Acreditar um nos outros, sabendo que todos trabalham para um mesmo objetivo comum. É saber que poderá contar com o trabalho de todos quando surgir uma demanda.
Solidariedade – Mais do que trabalharem juntos, os artesãos vivem uma vida conjunta e por isso sabem dos problemas de cada um. Ajudar nas dificuldades e apoiar quem necessita é apoiar a si mesmo.
Interdependência – Um por todos e todos por um. Como no lema dos escoteiros os associados necessitam um dos outros para produzirem e venderem o fruto de seu trabalho.
Aceitação das lideranças – Alguém deve seguir a frente e representar o grupo. O verdadeiro líder é aquele que todos confiam, pois por eles foi escolhido.
Participação direta – Cada artesão que participa é também dono da cooperativa, podendo e devendo exprimir suas preocupações, desejos, expectativas e sugestões. Eleger ou ser eleito para representar o grupo.
Sinergia – Significa que o resultado do trabalho de várias pessoas pode gerar um resultado melhor do que de uma pessoa agindo sozinha.
Visão Comum – Significa olharem todos na mesma direção, desejando as mesmas coisas, e fazendo o mesmo esforço.
Aprendizagem coletiva – Juntos é mais fácil conseguir uma capacitação. Juntos, um apreende com o outro e ajudam a formar a próxima geração.
Informalidade – Cada uma faz seu tempo, define suas horas de trabalho e seu compromisso é com o resultado. Pode com isso dedicar um tempo para outras atividades indispensáveis.
Ética – Significa não fazer tudo aquilo que você não gostaria que fizessem com você.