15 de outubro de 2012

No design ou na vida a distância critica é necessária para validar nossas escolhas.


O mergulho profundo em uma ideia ou conceito permite descobrir aspectos invisíveis ao primeiro olhar, detalhes que somente uma aproximação minuciosa é capaz de revelar. A intimidade obtida pelo trabalho e esforço de compreensão é compensada com um sentimento de satisfação ou de conquista. A visão microscópica esconde as vezes uma armadilha que ofusca a visão do todo e, ao invés de aprimorar nossa percepção da realidade limita a abertura para outras possibilidades. 
Seja qual for o objeto focal é necessário um afastamento para visualizar sua verdadeira dimensão e importância. Como um pintor impressionista que não busca mais a perfeição dos elementos com seus contornos nítidos, onde a forma dos elementos passa a ser definida por manchas de cores puras em rápidas e largas pinceladas e cuja composição somente pode ser apreciada a partir de certa distância, a percepção critica é fruto do afastamento temporário. 
Somente assim é possível revelar aquilo que a proximidade excessiva é capaz de ocultar. Para isso é necessário se afastar daquilo que nos absorve, tomado o tempo e a distância critica necessária para ver com outros olhos aquilo que acreditamos nos satisfazer.
Às vezes basta se afastar alguns minutos ou horas, outras vezes dias ou semanas, para revelar a exata dimensão daquilo que estamos fazendo, analisando, pesquisando, criando ou se deixando envolver.  
Como em um retorno de uma longa viagem, com o espírito renovado por novas experiências e o olhar não mais contaminado pela aproximação excessiva com a realidade deixada para trás, temos mais segurança nas escolhas feitas e nos caminhos escolhidos.