14 de abril de 2011

O valor das coisas tangíveis

Consultando as estatísticas desse meu blog descubro que o texto mais acessado é o que tem por titulo “como calcular o preço de venda de um produto artesanal” com mais de 900 visualizações. Deduzo, portanto, que a maioria dos que me visitam são artesãos ou pessoas com eles envolvidas, com exceção dos patrícios que me confundem com um cirurgião e um juiz de futebol que são meus homônimos e que vivem em Portugal.

Suponho também que a questão do preço e conseqüentemente a comercialização são os temas mais preocupantes para este grupo de visitantes. Deste modo, me sinto compelido a trazer outras reflexões sobre estes temas.

A primeira delas diz respeito ao valor agregado, ou valor percebido pelos consumidores, expresso na capacidade de atração, de encantamento, de sedução ou de surpresa que um produto é capaz de despertar nas pessoas. Este “algo mais” que distancia um produto do lugar comum, do “déjà vu”, está sobre uma linha tênue que separa o banal do extraordinário. Para alcançar e se manter nesta posição de fronteira é necessário ousar, transgredir, romper as convenções estéticas e formais. Significa perscrutar o coração e a mente dos seus consumidores buscando decodificar seus desejos e aspirações ainda não reveladas.

Este exercício criativo, ao invés de copiar as boas idéias alheias, é tarefa para pessoas treinadas na pratica cotidiana da inovação, como é o caso dos artistas, designers e afins. Esta parceria entre criadores e produtores deve ser apoiada, estimulada, fomentada e patrocinada pelas instituições, como o SEBRAE, que atuam no setor pois, salvo exceções, as unidades de produção artesanal assim como as micro e pequenas empresas não possuem capital, e cultura de risco, para investir na contratação destes serviços.

A segunda reflexão está relacionada ao valor monetário que pode ser acrescido ao preço básico de um produto (obtido pela soma do tempo utilizado em sua produção, dos insumos, matéria prima e encargos) cuja margem de elasticidade é determinada em parte pela concorrência, mas principalmente pelo poder e disponibilidade de compra do público visado, fruto da experiência e da vivência que o uso, a proximidade, a contemplação ou fruição que aquele produto proporcionou.

Os consumidores de maior poder aquisitivo, e de maior grau de compreensão/inclinação cultural para o artesanato, a arte popular e o design vernacular, público mais disposto em adquirir produtos de preço mais elevado, não são os freqüentadores habituais das feiras artesanais e lojas de souvenir. Para alcançá-los é necessário uma mudança de estratégia. Trata-se de procurar ir até onde estão, e não esperar que venham até você.

Como fazer isso?
Separando-se da manada, buscando um espaço ou nicho específico que esteja em conexão direta com esse público culturalmente mas exigente. Entrando em seu "habitat", fixo ou provisório, como algo que tem uma história para contar, ou uma emoção para relembrar.

Fazendo parte integrante dos espaços interiores das pousadas e hoteis, dos restaurantes temáticos,das residencias oficiais e dos formadores de opinião.

Fazendo parcerias estratégicas na comercialização, com estes mesmos fornecedores de serviços exclusivos. Como dizem os arqueiros: É mirando (e pensando) mais alto que se acerta o alvo. E o preço se determina de trás para frente. Ou seja,avaliando o quanto vale no mercado a diferença que meu produto possui?

__________
Veja o artigo: "Como calcular o preço de venda de um produto artesanal"

9 de abril de 2011

Insectopia - Uma proposta interessante


Produto: Hotel para insetos
Objetivo: Promover e diversidade biológica no espaço urbano
Cliente: Prefeitura do 13eme arrodissement / Paris
Local instalado: Parc des grands Moulins
Fabricante: l'Ateliers Seewhy - Bruno Clanet et Jean-Kanora You
Design: Vaulot&Dyèvre

wwww.vaulotdyevre.com