2 de janeiro de 2013

As Cidades do Futuro ou o Futuro das Cidades



Costumo classificar as cidades do futuro em três grupos: A sonhada, a possível e a provável, fruto das escolhas que fizeram seus dirigentes e por sua população.
A cidade sonhada é aquela que oferece qualidade de vida a todos os seus habitantes, que se traduz no aprovisionamento satisfatório dos serviços essenciais (água, luz, esgoto, comunicações, transporte, segurança, saúde e educação), mas também em oferta de trabalho e oportunidades para o empreendedorismo, tudo isso preservando o meio ambiente e valorizando a cultura e a história. Os recursos financeiros e humanos existentes são utilizados de modo ético, responsável e transparente.
A cidade possível é aquela que aspira ser um dia a cidade sonhada e se empenha em sua transformação, começando pelo desejo político de mudança compartilhado por todas as forças vivas da sociedade. Para isso planejam o futuro e investe em projetos que vão além do calendário político. Oxigenam suas instituições convocando colaboradores por seu mérito técnico e não por interesses fisiológicos ou corporativos.
Uma cidade provável é aquela que aposta na continuidade das ações e escolhas do passado e em nome dos interesses de minorias preserva as estruturas de poder.
Em qual dessas cidades vivemos?
Uma Cidade Possível e Criativa.
A economia do terceiro milênio aponta para áreas cuja capacidade criativa gera novos produtos e serviços que veem ao encontro das aspirações e desejos das pessoas. Nelas estão inseridas a arquitetura, o design, a moda, a música e a mídia. Mas também as artes, o artesanato, a gastronomia; os softwares; o turismo. São setores de baixo impacto ambiental, relacionados com a cultura e geradores de melhores oportunidades de trabalho. Esses setores, antes segregados e pouco apoiados, representam hoje 7% do PIB do Brasil e em algumas cidades um percentual muitíssimo maior na formação do produto interno local.
Neste momento que 5.565 prefeitos começam seus mandatos, em especial os 200 prefeitos das cidades entre 100 e 500 mil habitantes, é o momento de fazerem suas escolhas sobre o futuro que aspiram. Seria  oportuno que considerem o potencial de desenvolvimento existente nos segmentos ditos da economia criativa em seus municípios, cuja importância foi percebida pelo Governo Federal demonstrada com a criação da Secretaria da Economia Criativa no âmbito do Ministério da Cultura, em julho passado, que estabelece uma política de governo para o setor, com ramificações em uma dezena de Ministérios. 
O Programa Brasil Criativo, que está pronto para ser lançado, é o pano de fundo deste movimento irreversível da sociedade em direção ao estímulo da inteligência e capacidade inovadora brasileira.

Leia também: http://eduardobarroso.blogspot.com.br/2012/03/como-ser-uma-cidade-criativa.html