28 de maio de 2009

O pensamento gráfico precede o pensamento do produto

Já dizia Jens Bernsen: Design? Defina primeiro o problema! O produto é, portanto, a solução tangível de um problema. O produto é fruto de construções mentais sucessivas de muitas imagens gráficas que representam ou simbolizam “o problema”.
Um dos primeiros passos antes da decisão sobre a forma é a decisão sobre sua identidade.
O que aquele produto irá representar para as pessoas? Sua função ou utilidade? Se o produto for mais do que a satisfação de uma necessidade então vale a pena falar da cumplicidade, da afetividade e do desejo. Estes sentimentos nascem de imagens mentais, que nós designers, traduzimos automaticamente em imagens gráficas para tornar mais fácil seu armazenamento mental. Todo produto deveria nascer com o desejo de contar uma história. Seja sobre suas origens, seja pelo seu destino.
Suas origens pertencem a um determinado contexto cultural com todo seu inventário simbólico e iconográfico. Este conjunto extraordinário de referências únicas e singulares que torna cada lugar diferente de todos os demais. Por aí devemos começar nosso trabalho. O destino de um produto é o espaço cultural onde ele viverá. Às vezes origem e destino são compatíveis. Isso torna mais fácil nosso trabalho. Quando não são compatíveis temos de optar qual linguagem iremos utilizar. A linguagem da origem ou a linguagem do destino? Desde que essa linguagem não seja a nossa, cuja tentação narcísea às vezes oferece como alternativa... No caso do produto artesanal o mais importante é incorporar plenamente os elementos culturais de seu lugar de origem. Seu destino será o espaço reservado por aqueles que valorizam e cultivam a cultura de um lugar. No produto industrial ocorre justamente o contrário. Nosso desafio é encontrar seu nicho cultural, que quanto mais amplo for, maior será o mercado e conseqüentemente maior será a concorrência. A alternativa é conseguir customizar cada unidade, tornando-a única e singular, compatível com seu usuário, diante de seus milhares de cópias iguais.

26 de maio de 2009

UFC cria curso de Design de Produto no Cariri

No dia 22 de maio a Universidade Federal do Ceará criou o Curso de Design de Produtos na região do Cariri.
Segundo Edianny Lima, Secretaria do DCE/UFC “o curso terá inicio no primeiro semestre letivo de 2010, com vestibular de acesso em 2010. Segundo o projeto de criação do curso, esse será noturno e se insere no âmbito dos cursos da área de produção, cultura e design e forma o tecnólogo em design de produtos. Esse profissional será responsável por elaborar e gerenciar projetos de produto variados como: embalagens, móveis, jóias, calçados, considerando a vocação regional. A importância de se ter escolhido o Campus do Cariri reflete-se na notoriedade da região em ser palco de diversas manifestações artísticas, de tradições religiosas e da própria diversidade cultural. Sendo um grande celeiro cultural do Ceará, além de ser também umas das cidades mais populosas do nosso Estado e com grande movimentação de mercado. Atualmente, é o pólo cearense que mais se destaca em indústrias de calçados, compreendendo-se os municípios de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. E são gerados cerca de 9 mil empregos nessa área. Já no referencial de jóias, Juazeiro do Norte é a terceira maior produtora de folheados do Brasil. Segundo a UFC, foi no contexto de ir de encontro com a vocação da região e de se poder levar especialização aos profissionais da área e poder trabalhar o potencial da região. Agora é dever dos envolvidos estarem participando de forma atuante e poder ajudar a construir esse projeto, já que é um curso novo e a sua formação inicial irá ser muito importante para o desenvolvimento do mesmo” .
Resta saber quem serão os professores !

8 de maio de 2009

A Cara do Cariri


Expedito Seleiro é um mestre artesão do couro. Seus produtos possuem um traço inconfundível e definem uma parte da linguagem gráfica do Cariri. As fontes tipografias e as xilogravuras utilizadas pelo Cordel são outras importantes referências. A paleta cromática está no colorido dos bonecos de madeira que brotam do imaginário dos artistas populares. Soma-se a isso a imensa disponibilidade de mão de obra e temos a base para a criação de uma oferta seletiva de produtos com a “Cara do Cariri”.

3 de maio de 2009

Viagem ao Cariri


Viajar ao Cariri é mergulhar no mais profundo da alma Cearense. É descobrir suas matrizes culturais, únicas e singulares, de uma dimensão expressiva de tão modo gigantesca que acabou virando referência de toda a região nordeste do Brasil.
No Cariri a arte popular é seu grande patrimônio.
A religiosidade a marca registrada tendo na figura do Padre Cícero uma força onipresente.
Na música e na prosa cotidiana o ritmo da vida.
O espírito empreendedor e comerciante do Cearense é causa e conseqüência do desenvolvimento acelerado de Juazeiro que não respeita feriados e nem as normas sobre posturas urbanas, se é que existem.
Nas pessoas senti o humor em seu estado mais puro fruto da consciência do aqui e agora.
Conheci dois mestres destas artes: Diomar e Zumbin (esquerda e direita nas fotos). Para encontrá-los basta ir ao Centro de Arte popular Mestre Noza. Produzem como quem brinca.
Passei com eles algumas horas de puro deleite vendo surgir de suas mão habilidosas peças de extraordinária beleza e ouvindo casos divertidíssimos. Era como se estivessem escrevendo - em tempo real - novas histórias de cordel.