9 de outubro de 2011

Todas las canciones hablan de mi


“Todas as canções falam de mim” é um surpreendente e bonito filme espanhol, dirigido por Jonas Trueba, que rompe com alguns paradigmas sobre o tempo que uma cena pode durar na tela, entre outras pequenas proezas. Tentar falar do filme é recordar com carinho de dezenas de momentos surpreendentes.

Romero, o personagem principal, esta saindo de uma relação de seis anos. Para ele não está sendo fácil colocar a vida de novo nos trilhos. Seu mundo, seus desejos, suas dúvidas e suas memórias são simples e comuns. Por isso todos se identificam com ele e se reconhecem em seus sofrimentos e angustias. O drama convive com o humor todo o tempo, principalmente com a figura de Lucas, o tipo de amigo que todos nós gostaríamos de ter, sincero, engraçado e humano.

A trilha sonora é de uma qualidade extraordinária, desde a fidelidade aos ruídos simples do cotidiano, como o mastigar de cereais, até o processo de sintonia no rádio de uma música cafona, que toca do principio ao fim, com um Ramiro estático e de costas ouvindo e curtindo sua letra e nos fazendo lembrar de situações idênticas que já vivemos.

As falas dos personagens são as mesmas que já ouvimos da boca de nossos amigos, exprimindo sentimentos com os quais todos nos identificamos, ou fazendo citações geniais. “Todas as cartas de amor são ridículas, porém mais ridículos são aqueles que nunca as escreveram” disse Fernando Pessoa.

O final, uma inesquecível cena de 3 minutos de duração com a música crescendo enquanto Ramiro decide abrir o jogo com Andréa, é arrebatadora e nos deixa com a sensação de que a vida real é mais interessante e charmosa que a maioria das produções de Hollywood.

Um comentário:

  1. Eduardo, também vi e amei esse filme. Você sabe onde eu consigo a relação da trilha sonora?

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