Mas o ato de criar não é exclusivo destas áreas inseridas no
âmbito da cultura. Os pesquisadores, engenheiros, tecnólogos, químicos,
biólogos, conseguem às vezes o privilégio de criar algo novo em suas buscas e
investigações. Penso que o ato de criar algo novo, grandioso, a altura de
nossas necessidades e aspirações, se incorporado e voltado para o bem pelos políticos
e gestores públicos, cambiaria o mundo.
Mas a pergunta é. Por que essa busca desenfreada pelo novo? Para
muitos, ou poucos, como está, está de bom tamanho. A resposta é simples. É
porque tudo pode ser mudado para melhor. Esse é um dos desafios da vida.
Torná-la melhor, para si, e para os outros.
Mais humana, portanto mais segura, portanto mais livre, mais
prazerosa, mais feliz. Assim voltamos ao começo do ato de criar. Se, o final do
que aspiramos é a felicidade, portanto é dela que partimos.
Ver surgir, brotar, nascer, uma ideia que
contribuirá com estes princípios é um sentimento raro, como uma bateria que ao
mesmo tempo em que consome energia retribui com mais energia ainda. O ato de
criação por isso é viciante. Quando se descobre este prazer dele não mais
abdicamos. Sofrimento passa ser a
rotina, a burocracia, a monotonia das coisas e dias iguais.
Quem se vicia no ato de criar é essencialmente um inconformista
que acredita que tudo em sua volta pode ser mudado, para melhor. Por isso cada
dia é uma surpresa, uma nova opção, um levantar da cama de um modo diferente, com
um olhar mais atento e sensível.
Ocupar as mãos e a mente com a criação de coisas novas, ou
novas realidades, é uma dádiva que pode ser explorada ao extremo. Quanto mais
se cria, mais se tem vontade de criar. Impondo limites e se esforçando para ultrapassá-los.
Quando o que se cria é bom, maior é satisfação pessoal que se transforma em
novo esforço cujo resultado será ainda melhor, e assim sucessivamente em uma
espiral virtuosa.
Dizem que alguém perguntou para Picasso qual de seus quadros
(ou fases) ele gostava mais. Ele respondeu: Da próxima.
Bons artigos sobre criatividade. Eu pessoalmente não acredito no ato solo mas num produto acumulativo de uma sociedade cultural. Chanel disse que só aqueles que não tem memória insistem em originalidade ou criatividade.
ResponderExcluirAbs
Suzana