5 de julho de 2012

O ato de criar

O ato de criação. Esse momento mágico, único, em que uma luz se ilumina na mente e surge algo novo.  Muitas vezes a ideia nasce completa, quase adulta, pronta para ser experimentada. Muitas vezes nasce como um pequeno embrião, que vai se transformando e ganhando forma pouco a pouco. Nasce ainda necessitando de atenção permanente.  Qualquer que seja o processo, lento ou imediato, o ato de criar é uma das experiências mais gratificantes que os seres humanos podem experimentar. A usarmos nossas habilidades, destrezas, inteligência e a busca permanente pelo novo, pelo ainda não visto, pelo invisível aos outros, aí sim estamos vivendo a emoção de criar. Artistas, artesãos, arquitetos, designers, músicos, poetas, escultores, pintores, sabem do que estou falando. E, maior a vocação maior é o prazer  de criar.

Mas o ato de criar não é exclusivo destas áreas inseridas no âmbito da cultura. Os pesquisadores, engenheiros, tecnólogos, químicos, biólogos, conseguem às vezes o privilégio de criar algo novo em suas buscas e investigações. Penso que o ato de criar algo novo, grandioso, a altura de nossas necessidades e aspirações, se incorporado e voltado para o bem pelos políticos e gestores públicos, cambiaria o mundo.  
Mas a pergunta é. Por que essa busca desenfreada pelo novo? Para muitos, ou poucos, como está, está de bom tamanho. A resposta é simples. É porque tudo pode ser mudado para melhor. Esse é um dos desafios da vida. Torná-la melhor, para si, e para os outros.

Mais humana, portanto mais segura, portanto mais livre, mais prazerosa, mais feliz. Assim voltamos ao começo do ato de criar. Se, o final do que aspiramos é a felicidade, portanto é dela que partimos.  
Ver surgir, brotar, nascer, uma ideia que contribuirá com estes princípios é um sentimento raro, como uma bateria que ao mesmo tempo em que consome energia retribui com mais energia ainda. O ato de criação por isso é viciante. Quando se descobre este prazer dele não mais abdicamos.  Sofrimento passa ser a rotina, a burocracia, a monotonia das coisas e dias iguais.
Quem se vicia no ato de criar é essencialmente um inconformista que acredita que tudo em sua volta pode ser mudado, para melhor. Por isso cada dia é uma surpresa, uma nova opção, um levantar da cama de um modo diferente, com um olhar mais atento e sensível.  

Ocupar as mãos e a mente com a criação de coisas novas, ou novas realidades, é uma dádiva que pode ser explorada ao extremo. Quanto mais se cria, mais se tem vontade de criar. Impondo limites e se esforçando para ultrapassá-los. Quando o que se cria é bom, maior é satisfação pessoal que se transforma em novo esforço cujo resultado será ainda melhor, e assim sucessivamente em uma espiral virtuosa.
Dizem que alguém perguntou para Picasso qual de seus quadros (ou fases) ele gostava mais. Ele respondeu: Da próxima.  

Um comentário:

  1. Bons artigos sobre criatividade. Eu pessoalmente não acredito no ato solo mas num produto acumulativo de uma sociedade cultural. Chanel disse que só aqueles que não tem memória insistem em originalidade ou criatividade.

    Abs

    Suzana

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