9 de janeiro de 2010

Brasilia 50 anos


Julho de 1967. Amanhecia o dia e pela janela do ônibus prateado da Viação Cometa, à caminho do Araguaia, fui apresentado ao cerrado. Árvores tortuosas, paisagem árida, quase opressiva para quem estava acostumado ao verde das montanhas de Minas. Pouca coisa pude ver de passagem pela nova capital do país. Da esplanada dos Ministérios subia um poeirão. Na Catedral apenas o esqueleto de concreto e da torre de televisão vi uma cidade brotar do chão.

Julho de 1981. Da janela do meu apartamento fotografei a solidão das superquadras, cuja grama nova era riscada pelas pessoas que escolhiam um caminho mais curto desrespeitando o traçado original. Durante cinco anos convivi com esta nova geografia urbana, geométrica, rigorosa, funcionalista. Um sentimento de transitoriedade costurava as relações sociais. Gente nova, vinda de todas as partes do país, deixando para trás família, histórias e passado para construir um futuro.

Janeiro de 2010. Da janela do apartamento não vejo os vizinhos. Somente a copa das arvores que camuflam os prédios. Abaixo jardins exuberantes, tropicais, exóticos. Brasília virou uma cidade verde, verdadeira. Famílias numerosas, com três gerações a mesa, almoçam sob a sombra das árvores. A mistura social é visível nas pessoas. E o lago, antes um inóspito espelho d`água é agora um espaço de lazer e contemplação.

A cidade mudou, eu mudei, e me mudei de novo pra cá. Vamos ver no que vai dar...

Um comentário:

  1. E tomara que voce seja bastante feliz... pelo menos estou percebendo que voce está com boa vontade... bjs meu amigo! Deca

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