15 de março de 2008

Como serão os produtos daqui 10 anos

Mais de 90% dos objetos com os quais vamos conviver cotidianamente daqui 10 anos hoje sequer foram inventados. Isto representa um desafio para os designers, uma oportunidade para os empreendedores e uma boa noticia para os consumidores.

O desenvolvimento científico e tecnológico atual, capaz de provocar estas mudanças, é exponencial. Como afirmou recentemente o presidente da Intel, Gordon Moore, “cada ano para frente representa, em termos de avanço tecnológico, cinco anos pra trás”. Prevalecendo esta visão de futuro, dentro de dez anos estaremos em um patamar de progresso cuja diferença será maior, de modo proporcional, a diferença do nosso estágio atual com aquele dos anos cinqüenta.

Do mesmo modo que há cinqüenta anos atrás nem sonhávamos com um telefone celular, dentro de dez anos ele já terá desaparecido do modo como hoje o concebemos. Naquela época a televisão a cores, a calculadora eletrônica, o forno de microondas, o poliéster, a pílula anticoncepcional, existiam apenas em sonho para uma pessoa comum. O computador era uma máquina do tamanho de um carro. Nos próximos anos, a maioria dos produtos de uso cotidiano irá desaparecer dando lugar a outros, menores, mais eficientes, versáteis, amigáveis e mais acessíveis.

Isso representa um desafio para os designers pois a aparência dos produtos não é mais apenas o resultado do célebre enunciado de Louis Sullivan, que antecedendo o movimento modernista, defendia que a “forma segue a função”. Os designers têm hoje uma nova preocupação que é definir a forma de produtos que até então não existiam. A aparência formal de um produto deve agora seguir a intuição - ou a emoção - já que cada novo produto é concebido para suprir novas necessidades e desejos.

Para os empresários tudo isto representa uma imensa janela de oportunidade. Um novo mundo material precisa ser inventado, desenvolvido, produzido e ofertado. Quem sair na frente terá uma grande vantagem sobre seus concorrentes. Basta observarmos mais atentamente os anseios comuns (trabalhar, divertir, locomover, comunicar, etc) para vermos quantas coisas ainda existem por criar.

E finalmente, para os consumidores estas mudanças significam mais conforto, melhor qualidade de vida, maiores facilidades e eficiência no atendimento de suas demandas e expectativas.

Os produtos daqui a dez anos serão resultados de nossa capacidade de sonhar e realizar. Entretanto, isso deveria estar condicionado a visão de um futuro mais justo, equilibrado e responsável, onde as necessidades humanas possam ser satisfeitas sem comprometer as gerações futuras. Esta será, sobretudo, uma mudança de natureza comportamental, devendo prevalecer nossa capacidade de exigir produtos mais honestos e mais adequados seja do ponto de vista social, cultural ou ecológico.

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