23 de maio de 2017

João Pessoa - Cidade Criativa

Durante dez dias visitei tudo que era possível em João Pessoa, entrevistando pessoas, encontrando amigos, descobrindo coisas. Hoje estou convencido que João Pessoa tem tudo para aspirar pertencer ao seleto grupo de cidades que compõem a Rede UNESCO de Cidades Criativas. Não somente pelo que já possui, mas pelo que poderá fazer. Essa rede foi criada para promover o intercâmbio e a cooperação técnica entre cidades compartilhando suas melhores práticas. Uma conquista que implicará também no compromisso do poder público de instituir e manter uma política efetiva de valorização das chamadas indústrias culturais.
João Pessoa é a 3ª cidade mais antiga do país, detentora de uma cultura popular rica e preservada em suas tradições e festejos. Por sua história e patrimônio recebeu da UNESCO, em 2007, o título de Patrimônio Histórico da Humanidade. Avaliada como a capital do nordeste brasileiro com melhor qualidade de vida e a cidade mais arborizada do Brasil. Recebeu também o reconhecimento como sendo a segunda cidade mais verde do mundo com 7 m2 de floresta por habitante e 30 km de praias. O Centro Histórico de João Pessoa é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional abrangendo 502 edificações em uma área de 370 mil m². A cidade possui para seus 800 mil habitantes um ativo cultural único. São 17 cinemas; 6 Teatros (o maior deles com 3.000 lugares); 10 museus; 3 bibliotecas públicas; 3 universidades; 2 jornais diários; 6 canais de televisão com sinal aberto e produção local, 11 estações de rádio FM. Duas orquestras sinfônicas e uma Orquestra de Câmara. Anualmente são organizados Festivais internacionais de Cinema e de Música clássica. Por ser a capital do Estado da Paraíba é o ponto de escoamento da produção artesanal, cuja diversidade poder ser conhecida e admirada no Museu Casa do Artista Popular.
Instituições estratégicas na área da cultura e do turismo sendo comandas por uma nova geração de técnicos qualificados, com uma visão de futuro e com uma política mais responsável e transparente, aposentando velhas e ultrapassadas práticas e conceitos. Tive a oportunidade de visitar, através de um novo produto turístico criado pelo SEBRAE (inovando sempre) a Rota dos Ateliês, os espaços de trabalhos dos principais artistas, dentre eles Clóvis Junior e Miguel dos Santos, para mim um dos maiores escultores vivos do Brasil, além de ser uma figura humana atenciosa e sensível. A nota triste ficou por conta do abandono da Casa do Artesão Paraibano, no centro da cidade, com meia dúzia de artesãos tentando sobreviver em meio às inundações. Situação que deverá ser revertida tão logo se conheça o destino reservado para a cidade.

Um comentário:

  1. Foi um dos textos mais bonitos e que me deixaram com orgulho esse seu olhar para a cidade que nasci. Parabéns e agradecido enquanto pessoense.

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