11 de março de 2009

Design gráfico - Respostas às perguntas do Jornal o Povo

Há alguns anos atrás o design era dividido em três grandes áreas; Design de produto; design gráfico e design de interiores. Esta denominação passou a ser adotada no Brasil a partir de um documento denominado “Carta de Canasvieiras” resultado e conclusões do Encontro nacional das escolas de design do Brasil realizado pelo LBDI em Florianópolis em 1989. Até então as denominações eram: Desenho Industrial, Programação visual e Decoração, que convenhamos eram um tiro no pé.

Hoje, transcorridos 20 anos todas essas denominações são obsoletas. De lá para cá o design se subdividiu em inúmeras especialidades. Apenas para citar algumas: webdesign,, design digital, ecodesign; fashion design; design estratégico, design management; design urbano; design social...

Neste amplo espectro de possibilidades o design gráfico teoricamente se ocupa da concepção e desenvolvimento de imagens ou sistemas de imagens, incluindo-se os projetos relacionados à imagem das empresas, também chamado de identidade corporativa, ou de modo mais amplo de “branding”, pelos publicitários que descobriram nisso um novo filão. Do mesmo modo o design gráfico abarca os projetos ligados ao desenvolvimento de sistemas de sinalização; interface design; design editorial; design de embalagens e tudo mais que tiver como suporte o universo bidimensional.

Quais são as oportunidades de trabalho?

Cada vez mais a mídia impressa cede lugar a mídia eletrônica. Disso se valeu Barack Obama para se eleger. Ao enveredarmos no novo mundo virtual quem deve se ocupar de criar as mensagens neste novo espaço? Aí talvez o design consiga enxergar uma nova janela de possibilidades de dimensões inimagináveis. Contudo, quem esta dominando, pelo ao menos provisoriamente, esta nova mídia no Brasil são os “micreiros” neologismo pejorativo para designar este exército de manipuladores de ferramentas digitais, pirotécnicos do flash, inocentes com relação ao compromisso com conteúdo, usabilidade e arquitetura da informação.

Onde aprender design?

Teoricamente o design deveria ser ensinado em escolas superiores que ensinassem os indivíduos a pensarem, a decodificarem informação, a interpretarem as necessidades, anseios e aspirações da sociedade. No entanto o que se vê (salvo algumas exceções) é um pulular de empreendimentos para-acadêmicos, puros caça níqueis, que se limitam a ensinar o uso das ferramentas. Fazendo um paralelo é como se os cursos de literatura se limitassem a ensinar datilografia ou caligrafia.

As universidades que atualmente oferecem cursos de design - para estarem em dia com a realidade do mercado, que se renova em uma velocidade cada vez maior - terão de rever seus mecanismos e projetos pedagógicos. Deverão buscar urgentemente formas de aprender e ensinar em tempo real, em um mundo em permanente processo de mudança.

Sem isso o ultimo aluno, em breve, vai sair e apagar a luz. Vai tentar aprender a fazer design por si próprio. Pois design somente se aprende projetando coisas reais para um mundo real.

2 comentários:

  1. Desde o primeiro contato com o design e com o c[d]c em 1998 e com o distanciamento de mais de uma década, vejo que a idéia de design, para a sociedade cearense pelo menos, não condiz com nosso conhecimento sobre o tema. Neste período fui autônomo e consegui, de forma apaixonada e financeiramente suicida aplicar o processo e conseguir resultados que podem ser classificados como produtos com design.
    Após este período romântico, e precisando sobreviver, já vivi a situação de pertencer a setores de "design" em instituições e empresas, que não aplicam e não necessitam de design. Acabamos entrando nesta ciranda, que não contribui em nada para mudar nossa cultura, uma cultura que não inclui e absolve nossa atividade. É duro conviver com esta realidade. Nestas horas, a ignorância seria uma benção...

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  2. Desde o primeiro contato com o design e com o c[d]c em 1998 e com o distanciamento de mais de uma década, vejo que a idéia de design, para a sociedade cearense pelo menos, não condiz com nosso conhecimento sobre o tema. Neste período fui autônomo e consegui, de forma apaixonada e financeiramente suicida aplicar o processo e alcançar resultados que podem ser classificados como produtos com design.
    Após este período romântico, e precisando sobreviver, já vivi a situação de pertencer a setores de "design" em instituições e empresas, que não aplicam e não necessitam de design. Acabamos entrando nesta ciranda, que não contribui em nada para mudar nossa cultura, uma cultura que não inclui e absolve nossa atividade. É duro conviver com esta realidade. Nestas horas, a ignorância seria uma benção...

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