2 de novembro de 2017

João Pessoa Cidade Criativa da UNESCO no artesanato e na arte popular

João Pessoa Cidade Criativa da UNESCO no artesanato e na arte popular é o titulo que a capital da Paraíba recebeu no último dia 31 de outubro após um longo processo, que poucos sabem começou alguns anos atrás. A cada dois anos a UNESCO lança o edital para que as cidades interessadas se inscrevam para entrarem na Rede. Quando o resultado é anunciado, meses mais tarde, muitos questionam, por desconhecimento, as razões porque essa ou aquela cidade foram aceitas e outras rejeitadas. Conhecer os mecanismos e exigências da UNESCO é fundamental antes de se fazer qualquer crítica responsável.
Para fazer parte da Rede da UNESCO é necessário responder satisfatoriamente uma serie de perguntas que uma cidade de pequeno porte terá grande dificuldade, dentre elas a existência de um mercado demandante compatível com a oferta de bens simbólicos; da existência de ações de envergadura internacional e do desejo e da capacidade de investimento do poder público. Essa simples razão explica o porquê da maioria das cidades da Rede serem capitais e poucas delas cidades do interior. Essa conquista foi obtida não somente pelos méritos e ativos culturais que a cidade ostenta ou pelos investimentos na economia criativa realizados nos últimos cinco anos, mas também por suas propostas de futuro. São ações que quando realizadas a partir de 2018 abrirão novos mercados para o artesanato Pessoense, Paraibano, Nordestino e Brasileiro seja através da cooperação técnica internacional, seja pela participação em eventos especializados para os quais nossos talentosos artistas serão constantemente solicitados em participar. Do seleto grupo de 180 cidades de todo o mundo que compõe a Rede da UNESCO apenas oito cidades brasileiras conseguiram até o momento essa façanha. São elas: Brasília e Curitiba no design, Salvador na música, Belém, Florianópolis e Paraty na gastronomia, Santos no cinema e João Pessoa no artesanato.
João Pessoa se destaca em todas as sete áreas da Economia Criativa definidos pela UNESCO. A decisão de priorizar o artesanato e a arte popular em seu dossiê de candidatura foi em razão de ser um segmento que necessita do poder público por sua fragilidade sócia econômica e pelas possibilidades de ações transversais com o design, o turismo e a gastronomia, criando uma espiral virtuosa. Receber esse título é sem dúvida razão para comemorar, mas também para se preocupar em realizar o que foi prometido. Para isso será necessário à participação de todas as instituições e lideranças envolvidas com a Economia Criativa, seja em nível municipal, estadual ou federal, deixando de lado as intrigas e picuinhas políticas do passado. Afinal estamos olhando para o futuro e para o bem comum. Uma cidade criativa é antes de tudo colaborativa.

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