28 de julho de 2010

Algumas reflexões sobre design social, territorial e urbano – Um processo continuo.

O design social, como hoje entendemos, é a pratica projetual que considera a dimensão social como atributo indispensável e indissociável das soluções apresentadas.

A dimensão social opta pela intensidade de mão de obra ao invés da intensidade de capital; a geração de trabalho e renda para a população local; a diminuição dos níveis de pobreza e a inserção no mercado de pessoas em situação de risco.

Estes desafios se conseguem propondo produtos que privilegiem a produção que se apóia em recursos locais, principalmente as pessoas com seus talentos e habilidades.

O design social privilegia o produto artesanal ao produto industrial e ao fazê-lo incorpora outras dimensões ainda maiores, como necessidade de utilizar os recursos e insumos locais, o respeito à cultura e ao meio ambiente. A pequena empresa e a produção artesanal são os maiores demandantes do design na atualidade. Na economia da experiência são os bens simbólicos aqueles que oferecem as melhores perspectivas comerciais.

Isto implica necessariamente em uma mudança de atitude daquele que projeta que começa por ouvir as necessidades e desejos das pessoas. Preferir o durável ao descartável. O simples no lugar do complexo. Estimulando tudo aquilo que poupa no lugar daquilo que consome. Propostas atemporais em substituição às efêmeras.

Ao aproximar-se das comunidades produtoras de artesanato descortina-se uma visão mais ampla dos problemas locais, que não serão resolvidos apenas com a entrada de novos ingressos para a população local.

Problemas crônicos de moradia; saneamento básico; energia; transporte; segurança, entre outros, são fruto da ausência de planejamento urbano e de investimentos públicos fora das esferas de influencia política.

As ações de recomposição do tecido social e urbano que preservem e valorizem as vocações locais são primordiais para um desenvolvimento sustentável e legitimada quando as populações-alvo participam ativamente de suas formulações.

O planejamento estratégico participativo, por sua essência multidisciplinar e visão de futuro é a primeira ferramenta da qual se vale o design. Projetar um futuro possível e desejável para uma localidade, com base nas aspirações e desejos de sua população é a definição conceitual do design urbano e territorial.

Após estas definições de base o design, através de suas especificidades, responde diretamente pela proposição de novos equipamentos urbanos a partir das prioridades estabelecidas; do desenvolvimento de sistemas de informação e comunicação urbana e de uma oferta seletiva de produtos diferenciados e referenciados com a cultura local e se possível que possam receber uma certificação de origem.

E no final o que se tem para oferecer é um lugar bom para trabalhar e para viver.

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