23 de agosto de 2009

Dez tendências (ou oportunidades) em produtos

Os especialistas em projeções e construção de cenários futuros, baseados principalmente nos avanços tecnológicos, prevêem que dentro pouco tempo, talvez não mais do que dez anos, 80% dos produtos e serviços com os quais estaremos convivendo cotidianamente, ainda não foram inventados. Uma nova cultura material terá, portanto de ser desenhada, representando um esforço - e oportunidades - sem precedentes na história da civilização. Isso abre um incomensurável campo de possibilidades para o design, que de ator coadjuvante do desenvolvimento industrial passa a ser um de seus principais protagonistas.
Vários são os caminhos que se apresentam para o design. A forma dos produtos já não segue mais sua função. Hoje em dia a aparência e a forma dos produtos seguem a intuição e a emoção. Novas necessidades são criadas, ditadas por inovações que trazem mais conforto, mais prazer e maior satisfação. Este novo universo de produtos já aponta para algumas tendências que podem representar um vasto campo de possibilidades para as empresas brasileiras mais criativas.

1. Produtos efêmeros.
São os produtos de ciclo de vida curto que existem, em sua maioria, para que um serviço seja prestado, sendo em sua maioria frágeis ou com curto prazo de validade. Nesta categoria incluem-se praticamente todos os tipos de embalagens, assim como os produtos de apenas uma utilização e todos os tipos de descartáveis. A maior preocupação com este tipo de produtos, quando de sua concepção, e que tenham baixo impacto ecológico, possam ser reciclados ou biodegradáveis. O conceito para orientar o desenvolvimento deste tipo de produtos de vê ser: menos matéria com mais inteligência.


2. Produtos com um longo ciclo de vida útil. Ao contrário dos produtos concebidos para durar apenas uma curta temporada, sejam por estarem visceralmente relacionados aos fenômenos de moda e de estilo, ou por embutirem uma tecnologia já superada, os produtos que incorporam esta tendência pretendem durar muito mais que seus similares. O diferencial destes produtos é a preocupação em manterem-se atuais tanto na forma, como no uso e na tecnologia utilizada. O desafio para os designers é o de conceber produtos que envelheçam com dignidade, que estabeleçam vínculos afetivos ou de quase cumplicidade com seus usuários. O maior atributo destes produtos é a defesa de valores perenes, sejam estes estéticos ou funcionais, e que não dispensem a dimensão humana.

3. Produtos simbólicos.
Nesta categoria estão incluídos os produtos que trazem consigo um discurso próprio ou uma história para contar. Os vínculos com a cultura de um determinado grupo ou região é que fornecem os elementos de valorização simbólica.
Sua dimensão prática e funcional está subordinada a dimensão da experiência vivenciada. Exemplos desta categoria são os acessórios de uso pessoal, jóias, objetos de decoração, e produtos artesanais.
4. Produtos amigáveis.
Esta é uma nova tendência denominada também de “design cordial”. Trata-se de uma nova forma de responder as demandas e necessidades dos usuários levando em consideração suas limitações físicas, culturais, lingüísticas ou mesmo intelectuais.
Nesta tendência alinham-se todos os produtos que aboliram os manuais de uso pois as instruções, quando indispensáveis, vêm incorporadas aos mesmos.
Também conhecido como produtos “plug-and-play”, ou seja ligue que funciona. Sua característica principal é a facilidade de uso (usabilidade) e de compreensão de seus comandos.

5. Produtos virtuais.
Nesta categoria estão todos os produtos digitais, intangíveis ou desprovidos de matéria física, tais como: jogos eletrônicos, sites web, apresentações multimídias, entre outros.
A característica principal destes produtos é sua usabilidade, com interfaces homem/máquina de fácil leitura, boa compreensão, e capaz de permitir uma tomada de decisão inequívoca, sem despertar nenhum tipo de dúvidas ou interrogações ao seu usuário.

6. Produtos para o conforto e a qualidade de vida.
Esta tendência engloba todos os produtos concebidos para melhorar o dia-a-dia das pessoas, desde ferramentas e utensílios que facilitem as tarefas cotidianas, até produtos para o lazer, a prática de esportes e o entretenimento de modo geral. O maior desafio está na necessidade de dispor de tamanhos, formato e modelos adequados aos distintos público, com características bastante diferenciadas.

7. Produtos de uso coletivo ou compartilhado. A aceitação do uso compartilhado (e não a posse) por parte dos consumidores para alguns tipos de bens e produtos, verificada a partir da metade do século XX, abre novas possibilidades para o design. Produtos que antes tinham como princípio seduzir as pessoas para estimular o consumo passam a ter como premissa principal o aumento da eficiência no uso e no cumprimento de suas tarefas programadas. Nesta categoria incluem-se todos os equipamentos de mobiliário urbano, que representam um vasto campo de possibilidades, seja pelo adequado uso de matérias primas em função do tipo de ambiente envolvente, seja pela linguagem formal adequada as condições histórico-culturais de cada cidade.

8. Produtos para a mobilidade.Neste grupo incluem-se todos os tipos de veículos e equipamentos destinados ao transporte de indivíduos, seja de modo coletivo ou individual, tanto por terra, mar ou ar. A grande preocupação quando do desenvolvimento deste tipo de produtos é a economia e a substituição os combustíveis fósseis por energia de fontes renováveis.

9. Produtos de segurança e proteção individual. As últimas décadas trouxeram também uma insegurança generalizada que não poupa nenhum território, seja em virtude do crescimento da violência urbana, do terrorismo, ou das disputas territoriais de origens religiosas, políticas, econômicas ou ideológicas. Deste modo é inevitável que cresça também a procura por produtos, equipamentos e acessórios que aumentem a segurança e preservem a integridade física dos indivíduos e do patrimônio das pessoas e instituições. Nesta categoria incluem-se também os equipamentos de proteção individual que minimizem os riscos de acidentes domésticos e no trabalho.

10. Produtos para a (ou fruto da) interatividade. Neste grupo estão todos os produtos e equipamentos que facilitam e viabilizam a comunicação humana, rompendo as barreiras físicas e culturais. O grande desafio neste novo século é conseguir acompanhar os avanços científicos e tecnológicos com produtos que possuam uma linguagem, formal, plástica e funcional, coerente com este novo paradigma, centrado no individuo em sua busca pela superação de seus limites. As fábricas de produtos de consumo massivo, em especial de automóveis, começam a desenvolver projetos em colaboração com os usuários. As sugestões e desejos dos consumidores colhidos em pesquisas diretas ou em canais abertos de comunicação, transformam-se em desafios para as equipes de design e engenhariam buscarem respostas satisfatórias.
Estas tendências alinham-se com as mudanças comportamentais da sociedade, que por sua vez são conseqüência das transformações pela qual o mundo está passando.
Diversos analistas e estudiosos procuram identificar quais são os produtos e serviços que se tornarão indispensáveis nos próximos anos. As grandes empresas possuem em seus departamentos de pesquisa e desenvolvimento, grupos especializados em prospectar e analisar tendências. São verdadeiros observatórios de sinais emitidos pela sociedade. Sinais estes que podem ser traduzidos em respostas eficazes (na forma de produtos ou serviços) para atender as necessidades e aspirações das pessoas.

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