25 de março de 2009

O mediador

A ultima frase do clássico filme “Metrópolis” de Frtiz Lang é: “O mediador entre o cérebro e as mãos deve ser o coração”. Esta frase sintetizava a união entre a classe operária e a elite dominante ao perceberem a necessidade de unirem suas forças para o bem comum. 81 anos depois esta frase continua atual e permeia minhas atividades junto ao setor artesanal.
Sempre pensei que um bom projeto nasce primeiro no coração. Desenvolver um produto artesanal não é um simples ato projetual, asséptico, calculado, programado para chegar ao mercado e seduzir os consumidores. O produto artesanal é fruto de uma relação daquele que o faz com o seu meio e seu universo simbólico. Para entrar nesta realidade é preciso cuidado, em seu sentido mais amplo. Cuidado no sentido de cuidar. Fazer crescer, florescer, dar frutos e nutrir o corpo e a alma. A relação design/artesanato exige um novo olhar, mais sensível, mais emocional. E isso não é um trabalho trivial e solitário. Necessita de uma equipe sintonizada nas mesmas ondas e acreditando nas mesmas coisas. Neste processo cérebro e mãos se entendem somente pela mediação do coração. Desde o primeiro contato devemos ter os olhos e ouvidos atentos para perceber a outra realidade, e através de uma escuta sensível conhecer as aspirações e desejos, verbalizáveis ou implícitos. Depois disso é difícil um projeto dar errado.

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