23 de março de 2008

Da Pascoa ao Design Compassivo.

Mais uma celebração religiosa transformada em momento de consumo. A maioria das pessoas já nem sabe quais são causas e origens, objetivo e o sentido desta data especial, fixando-se somente um objeto simbólico: O ovo de chocolate, tornado obrigação imposta pelas crianças. Páscoa significa passagem. De um estado a outro, de uma estação a outra.

Estes elementos levam a reflexão sobre a transitoriedade das pessoas e suas coisas e, por conseqüência, nas disparidades hoje existentes entre norte e sul, entre nações desenvolvidas e outras em estado tribal. Em um mundo tão desigual, como canta Gilberto Gil, tornou-se quase impensável a pretensão de projetar produtos globais. Cada região é diferente da outra, cada país, cada cidade, cada bairro, cada rua, cada casa, e dentro delas cada pessoa é singular, única, com necessidades e desejos distintos. Como individualizar respostas às necessidades destas pessoas por produtos e serviços? Agrupando-as em tribos urbanas definidas por comportamento e estilo de vida, parece ser a resposta atual. Para isso é necessário um esforço de inovação contínua, capaz de diversificar e customizar a produção sem encarecer o produto final.

Porém, e por uma questão de sobrevivência da espécie humana, este novo paradigma ditado pelo mercado deve levar em consideração o trinômio: respeito ao meio ambiente, respeito à cultura e responsabilidade social. Ou seja, os argumentos que hoje qualificam o conceito do que é considerado “design social”. A partir deste ponto é possível idealizar uma demanda por produtos “compassivos” em cujo preço estivesse embutido o resgate da divida social.

Um comentário:

  1. Adorei o "ovo" de páscoa que se configurou em "essência"..das relações, das diferenças, das crenças...do homem, do produto, do Design.
    Páscoa é ressurreição, transformação...Vida.
    "Viva" o Design Social!!
    Parabéns
    Boa páscoa

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